Crédito, Empréstimos

Ação da PF no Banco Paulista não deve afetar investidores; em nota, banco se diz “surpreendido”; Socopa funciona normalmente

A ação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) não deve, a princípio, representar problemas para os investidores com aplicações no Banco Socopa. A PF fez uma operação de busca e apreensão e cumpre três mandados de prisão contra um diretor geral, um diretor de câmbio e um funcionário da mesa de câmbio do banco hoje, por acusações de lavagem de dinheiro relacionado à Operação Lava Jato.

Em nota, o banco afirma que “a área de câmbio do Banco Paulista foi surpreendida hoje com uma operação da Polícia Federal em sua sede”. Segundo a nota, a instituição “está colaborando com as autoridades e retomando suas operações regulares”.

Apesar da repercussão fortemente negativa, a operação em si não traz risco para os investidores. O motivo da operação não tem relação com a saúde financeira do banco, que, até onde se sabe, não apresenta problemas e deve continuar funcionando.

Investidores em Tesouro Direto, por exemplo, que possuem um grande vencimento na semana que vem, dia 15, não precisam se preocupar pois os títulos vão ser pagos pelo governo, não pelo banco. E estão custodiados na bolsa B3. O mesmo vale para ações e para títulos de empresas, como CRA e CRI. No caso de fundos, o dinheiro em geral está aplicado em papéis do governo e de empresas ou em ações, que ficam em nome do fundo, não do banco. Uma parcela do fundo pode estar em CDBs do banco, mas uma parte pequena.

No caso dos CDBs do Paulista, como o banco não apresenta problemas no curto prazo, não há por que imaginar que não serão pagos no vencimento. E, mesmo que houvesse algum problema, os papéis são garantidos até R$ 250 mil por CPF, limite que em geral é obedecido pelos investidores de varejo. O mesmo vale para LCI e LCA e os depósitos em conta corrente. Já os COEs não são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Somente no caso de um movimento muito grande de resgates o banco poderá sofrer problemas de liquidez, pois parte de seus ativos, os empréstimos, são de prazo mais longo. Será preciso observar os próximos dias e os movimentos do mercado e dos investidores. “O risco para a imagem do banco é muito relevante e ele deve sofrer restrições de investidores e parceiros, isso se não houver um aprofundamento das investigações”, diz um executivo do mercado que pediu para não ter seu nome citado.

Corretora diz que funciona normalmente

A Socopa divulgou nota informando aos seus clientes e ao mercado que está funcionando normalmente e que a operação noticiada hoje pela imprensa “não possui qualquer relação com as áreas e atividades de gestão, administração, custódia e intermediação de valores mobiliários.”

A corretora diz que “mantém altos padrões de qualidade, governança corporativa e integridade, reconhecidos por selos de qualidade expedidos pelas entidades reguladoras do mercado”. E se coloca à disposição dos clientes para qualquer esclarecimento adicional.

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