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Tensão entre EUA e China aumenta e secretário ameaça subir tarifas de importação na sexta-feira; bolsas caem

As ameaças do presidente americano Donald Trump de retomar a alta das tarifas de importação de produtos chineses feitas no fim de semana foram confirmadas hoje pelo pelo secretário de Comércio, Robert Lighthizer. Segundo ele, os chineses estariam renegando os compromissos assumidos no início das negociações comerciais entre os dois países, e a administração Trump deverá elevar as tarifas de importação sobre US$ 200 bilhões comprados da China na sexta-feira.

A afirmação vem às vésperas da chegada de uma delegação chinesa aos EUA na quinta-feira para tentar retomar o acordo costurado há alguns meses e que permitiu uma trégua na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. A delegação chegará um dia depois do previsto inicialmente, reforçando os sinais de que as negociações não andam bem, o que foi confirmado com a explosão de Trump no Twetter no fim de semana.

O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, que participou da entrevista com Lighthizer, disse que representantes americanos ouviram no fim de semana que autoridades chinesas estariam tentando recuar em alguns termos negociados até agora. Eles não detalharam quais seriam esses temas em que os chineses estariam recuando, mas reforçaram a ameaça de retomar a guerra comercial.

Eles anunciaram que o governo americano deve elevar as tarifas de importações sobre US$ 200 bilhões de 10% para 25% na sexta-feira, ao meio-dia.

A mudança de tom do presidente americano quando se esperava que as negociações estariam chegando ao fim nesta semana provocou fortes reações nos mercados. As bolsas caíram, especialmente a de Xangai, com perda de 5,58% hoje. Na Europa, o Índice Euro Stoxx 600 perdeu 0,88% e o DAX, de Frankfurt, caiu 1,01%. Nos EUA, o Índice Dow Jones perdeu 0,25%, o Standard & Poor’s 500, 0,45% e o Nasdaq,0,50%. Os juros americanos caíram com os investidores procurando proteção nesses papéis e a taxa do título do Tesouro dos EUA de 10 anos terminou o dia em 2,474% ao ano, 0,011 ponto percentual abaixo do fechamento de sexta-feira.

No Brasil, o Índice Bovespa fechou em queda de 1,04%, aos 95.008 pontos, acumulando perda de -1,40% no mês, mas ganho de 8,10% no ano e de 14,31% em 12 meses. O volume negociado ficou em R$ 9,6 bilhões, bem abaixo da média do ano, de R$ 16 bilhões.

Os estrangeiros continuam retirando dinheiro do mercado brasileiro e, no dia 2 de maio, saíram R$ 499 milhões, resultando em um saldo positivo no ano de apenas R$ 7,634 milhões, segundo o BB Investimentos.

As maiores altas do índice no dia foram de Ecorodovias ON, com 3,52% de alta, Cielo ON, com 2,85%, CCR ON, 2,59% e Natura ON, com 1,88%. Já as maiores quedas foram de Bradesco ON, 3,25%, Azul PN, 2,99%, Itaúsa PN, 2,80% e Bradesco PN, 2,70%.

O dólar subiu no mercado comercial, acompanhando a desvalorização de outras moedas de países emergentes no exterior por conta da tensão entre EUA e China, e fechou em R$ 3,9380 para venda, 0,48% acima do fechamento de sexta-feira. A moeda acumula alta de 0,94% no mês, 2,14% no ano e 12,32% em 12 meses.

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