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Embraer atualiza projeções até 2020 e estima dividendo especial de R$ 5,9 bi

A Embraer apresentará hoje as projeções preliminares para 2019 e 2020 e revisará os números para 2018, durante encontro com investidores na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), informou a empresa em nota. Entre as informações está a previsão de um dividendo especial de US$ 1,6 bilhão, ou R$ 5,92 bilhões pelo câmbio atual de R$ 3,70 por dólar.
A empresa entregou menos jatos executivos que o esperado no ano passado, 91, contra uma projeção de 105 a 125, o que afetou as receitas desse segmento, que ficaram em US$ 1,10 bilhão, ante uma expectativa entre US$ 1,35 bilhão e US$ 1,5 bilhão. Defesa e Segurança também ficaram abaixo do previsto em 2018, com receita de R$ 600 milhões, para uma estimativa entre US$ 800 milhões e US$ 900 milhões. Já aviação comercial ficou dentro do previsto, com receita líquida entre US$ 2,30 bilhões e US$ 2,45 bilhões. O resultado total da empresa ficou abaixo do projetado, em US$ 5,1 bilhões, ante uma projeção entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,9 bilhões.
A revisão veio dentro do esperado, segundo o BTG Pactual, que mantém recomendação de compra para o papel.

Empresa espera entregar 85 a 95 jatos este ano

Este ano, a Embraer espera entregar entre 85 e 95 jatos comerciais, mesmo número projetado no ano passado, 90 a 110 jatos executivos (bem menos que os 105 a 125 previstos e não cumpridos de 2018), incluindo jatos executivos leves e grandes, 10 aviões A-29 Super Tucano e duas aeronaves multimissão KC-390. As receitas totais devem ficar entre US$ 5,3 bilhões e US$ 5,7 bilhões. A empresa espera atingir uma margem de lucro antes de juros e impostos (Ebit) consolidada de aproximadamente zero no ano.
A empresa destaca que as projeções de 2019 incluem potenciais custos e despesas associadas com a criação de uma nova empresa, a JV Aviação Comercial, em parceria estratégica com Boeing na Aviação Comercial.

Dividendo especial

Com a conclusão da Operação de parceria, estimada, de forma tentativa, para o final de 2019, a Embraer antecipa uma estrutura de capital sem alavancagem, com posição de caixa líquido de aproximadamente US$ 1 bilhão após o pagamento de um dividendo especial para os acionistas de aproximadamente US$ 1.6 bilhões (que, por sua vez, continua condicionada à confirmação de determinados requisitos, inclusive o resultado do exercício social).
Durante o evento em Nova York, a Embraer também irá apresentar as projeções para 2020, o primeiro ano após a potencial conclusão da Operação que cria a parceria estratégica entre Embraer e Boeing na Aviação Comercial, conforme mencionado anteriormente. As projeções apresentadas para 2020 contemplam 100% dos resultados esperados dos segmentos de Aviação Executiva e Defesa & Segurança (e os respectivos resultados vindos das áreas de serviços e suporte desses negócios) e excluem os resultados vindos da participação de 20% da Embraer na JV Aviação Comercial em parceria com a Boeing.

Receita líquida de R$ US$ 2,5 bi em 2020

A Embraer espera atingir uma receita líquida entre US$ 2.5 bilhões e US$ 2.8 bilhões, uma margem Ebit entre 2% e 5% e uma geração de fluxo de caixa livre breakeven (aproximadamente zero) no ano de 2020.

Menos entregas de jatos executivos este ano

A companhia informou ainda que reviu suas projeções de entregas de jatos executivos, Receita Total, Receita para Jatos Executivos e Defesa & Segurança, EBIT consolidado e ajustado, Margem EBIT consolidada e ajustada, EBITDA consolidado e ajustado, Margem EBITDA consolidada e ajustada, Fluxo de Caixa Livre e Investimentos para 2018.
As condições do mercado global de jatos executivos, que apesar de uma gradual recuperação, continuam mais lentas do que o esperado combinada ao crescente foco da Embraer na melhoria de rentabilidade e preservação de preços, bem como o recente lançamento dos novos jatos executivos no segmento médio/super-médio (“Praetors”), que iniciarão entregas em 2019, levaram a companhia a uma abordagem mais cautelosa para as entregas de jatos executivos no ano passado. Com isso, a Embraer entregou 91 jatos executivos, entre leves e grandes, no ano de 2018 (comparado a previsão de 105-125 jatos anteriormente).

Receita de jatos cairá para US$ 1,1 bi

Como resultado da redução das entregas na aviação executiva, a companhia agora espera que as receitas no segmento de Jatos Executivos fiquem em aproximadamente US$ 1,1 bilhão, ante US$ 1,35 a US$ 1,50 bilhão estimado.
Adicionalmente, a revisão da base de custos do KC-390 em função do incidente ocorrido no mês de maio de 2018 teve impacto negativo na receita do segmento de Defesa & Segurança. Este impacto levou a uma nova estimativa de receita de aproximadamente US$ 600 milhões no segmento de Defesa & Segurança (US$ 800 – US$ 900 milhões anteriormente). Com isso, as receitas consolidadas da Embraer para o ano são agora esperadas em aproximadamente US$ 5,1 bilhões, em relação à faixa anterior de US$ 5,4 – US$ 5,9 bilhões.

Resultado menor que o esperado em 2018

As projeções de Ebit consolidado e ajustado, Margem Ebit consolidada e ajustada, de Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) consolidado e ajustado, e Margem Ebitda consolidada e ajustada para 2018 foram reduzidas devido a uma menor alavancagem operacional da Companhia em função do menor volume de entregas na aviação executiva e uma redução nas receitas do segmento de Defesa & Segurança. Os valores ajustados para 2018 excluem o impacto de US$ 127.2 milhões relacionados à revisão de base de custos do KC-390, ocorrida no 2º trimestre de 2018, em decorrência do incidente com o protótipo 001 ocorrido em maio de 2018.

Investimento também será menor

A Embraer também estima que os gastos com investimentos para o ano de 2018 fiquem em aproximadamente US$ 300 milhões, abaixo da visão anterior que estimava um total de US$ 550 milhões. É importante ressaltar que os menores gastos com investimentos não impactaram negativamente os projetos em andamento na Companhia.
Em decorrência da redução das entregas de jatos executivos, parcialmente compensados por menores gastos com investimentos no ano de 2018, a Companhia espera que o fluxo de caixa livre em 2018 seja de um uso de caixa de aproximadamente US$ 200 milhões (versus um uso de US$ 100 milhões ou melhor anteriormente).
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