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BB lucra R$ 4,4 bi no 2º tri, 36,8% mais, e retorno sobe para 15%; crédito cai e banco distribui R$ 1,7 bi aos acionistas

O Banco do Brasil divulgou nesta quinta-feira o lucro líquido ajustado (excluindo eventos extraordinários) do segundo trimestre de 2019, de R$ 4,4 bilhões. O valor é 36,8% maior se comparado ao segundo trimestre de 2018, informou o banco, que distribuiu R$ 1,7 bilhão em forma de juros sobre o capital próprio (JCP) no trimestre, crescimento de 78,2% na comparação com o segundo trimestre de 2018.

O retorno sobre o patrimônio líquido, medida de lucratividade dos bancos, ficou em 15% ao ano, considerando o lucro ajustado, acima dos 11,8% do mesmo trimestre do ano passado

O lucro contábil, considerando eventos extraordinários, ficou em R$ 4,207 bilhões, 34,2% maior que no ano anterior, com retorno sobre o patrimônio de 17,2% ao ano*.

Segundo comunicado do banco, o resultado foi influenciado pelo crescimento do crédito para pessoas físicas e micro, pequenas e médias empresas (MPME) e pela especialização do atendimento somado ao avanço da estratégia digital com impactos positivos no desempenho das rendas de tarifas, bem como no controle das despesas e na satisfação dos clientes.

Crédito para empresas cai 7,8% e banco revê guidance

A carteira de crédito ampliada totalizou R$ 686,6 bilhões e caiu 0,4% na comparação com junho de 2018. No semestre, a carteira cresceu apenas 1,1%, ficando abaixo da expectativa (guidance) do banco, de crescimento de 3% a 6%. O BB reviu sua estimativa para o crédito neste ano, e agora espera de queda de -2% a crescimento de apenas 1% no ano. As principais mudanças nas projeções foram aumento na expectativa de crescimento da carteira de pessoas físicas, de 7% a 10% para 8% a 11%, e redução na de pessoas jurídicas, de zero a 3% para -13% a -10% no ano.

A carteira Pessoa Física ampliada cresceu 7,8% no segundo trimestre em relação a junho de 2018 (+R$ 14,7 bilhões), fruto do desempenho positivo em crédito consignado (+R$ 6,0 bilhões), em empréstimo pessoal (+R$ 4,8 bilhões) e financiamento imobiliário (+R$ 2,5 bilhões).

A carteira de crédito classificada Pessoa Jurídica caiu 7,8% em relação a junho de 2018. Considerando a dinâmica das carteiras por segmentação, a principal redução ocorreu com grandes empresas (-R$ 17,0 bilhões), sendo que parte dessa queda se refere à liquidação antecipada de operações no segmento Large Corporate. No caso dos clientes MPME, aqueles com faturamento anual de até R$ 200 milhões, destaque para o crescimento na linha capital de giro (+R$ 6,9 bilhões).

O crédito rural apresentou desempenho positivo de 0,7% em relação a junho do ano passado (+R$ 1,1 bilhão), com destaque para a carteira de FCO Rural (+R$ 2,6 bilhões), Investimento Agropecuário (+R$ 2,5 bilhões) e Pronaf (+R$ 231 milhões), que compensou a queda do Pronamp (-R$ 1,1 bilhão). O BB desembolsou R$ 82,3 bilhões no Plano Safra 2018/2019, aumento de 2,4% em relação ao plano anterior.

Inadimplência melhor este ano

O índice de inadimplência acima de 90 dias (relação entre as operações vencidas há mais de 90 dias e o saldo da carteira de crédito classificada) alcançou 3,25% em junho deste ano, abaixo dos 3,32% do ano anterior, mas acima dos 2,48% de março deste ano. Ao desconsiderar o efeito de caso específico, o índice seria de 2,61%, informou o banco.

A despesa com provisão para crédito de liquidação duvidosa (PCLD) líquida, que considera a recuperação de crédito, aumentou 13,9% na comparação com o primeiro trimestre de 2019, impactada pela menor recuperação no período (redução de 13,4%).

Índice de Eficiência de 36,2%

Em relação ao segundo trimestre de 2018, as despesas administrativas reduziram 1,1%, resultando em um índice de eficiência em 12 meses de 36,2% no segundo trimestre deste ano, melhora de 170 bps.

Receitas de serviços crescem 9,5%

As receitas com prestações de serviços e tarifas bancárias cresceram 9,5% em relação ao primeiro trimestre deste ano. Isso demonstra o sucesso da estratégia de relacionamento, a constante e crescente especialização e a inovação na oferta de produtos financeiros, alcançando R$ 7,4 bilhões, com destaque para o desempenho de rendas do mercado de capitais (+R$ 160,8 milhões), de administração de fundos (+R$ 97,9 milhões) e de seguros, previdência e capitalização (+R$ 87,9 milhões), informou o banco.

Índice de Basileia de 18,6%

Em junho de 2019, o índice de Basileia ficou em 18,6% e o índice de capital nível I, em 13,4%, sendo 10,01% de capital principal.

*Corrige percentual de retorno sobre patrimônio, considerando o resultado de Mercado, e não do Acionista como informado anteriormente.

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