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XP eleva aplicação mínima em títulos para R$ 30 mil enquanto concorrentes reduzem valores

A XP Investimentos, maior corretora independente do mercado, aumentou de R$ 1 mil para R$ 30 mil o mínimo exigido para aplicar em títulos de renda fixa de bancos, como CDBs, Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Imobiliárias (LCA) e Letras financeiras, e também em papéis de crédito privado emitidos por empresas, como Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Imobiliários (CRI) e debêntures incentivadas. Também a Rico, que pertence à XP, elevou o valor mínimo para R$ 20 mil. Para os Certificados de Operações Estruturadas (COE), o valor mínimo na XP é de R$ 15 mil e, na Rico, R$ 10 mil.

A decisão surpreendeu muitos investidores de menor porte que reclamaram em redes sociais da dificuldade em comprar os papéis ou diversificar suas carteiras com valores menores. A tendência é que esses investidores migrem para outras corretoras, que continuam oferecendo aplicações a partir de R$ 1 mil em CDBs e LCI, papéis que têm rendimento superior ao Tesouro Direto. É o caso da Easynvest, que anuncia aplicações a partir de R$ 30 para atrair valores menores, e oferece CDBs e LCIs a partir de R$ 1 mil, com mais opções a partir de R$ 5 mil. Na Genial, a aplicação mínima em CDB é de R$ 1 mil e em LCI e LCA, R$ 5 mil. Na Coinvalores, o mínimo para CDBs é de R$ 1 mil. Já o BTG Pactual Digital tem diversos fundos de investimento com mínimo a partir de R$ 100 e também diversos títulos de renda fixa a partir de R$ 1.000. “O objetivo é atender todos os investidores e dar a possibilidade de diversificação”, diz a plataforma.

Concorrência aproveita deixa

Alguns concorrentes aproveitaram a deixa para anunciar seus valores mínimos. A corretora ModalMais publicou anúncio nas redes sociais falando em “melhores oportunidades com aplicações mínimas feitas para você”, e divulgando aplicação mínima em CDB, LCI e LCA a partir de R$ 1 mil.

Valor influencia remuneração

Em geral, aplicações mais altas garantem rendimentos melhores para os investidores nesses papéis de bancos, assim como os prazos mais longos. Por isso, mesmo que os valores mínimos comecem em R$ 1 mil, há determinados bancos, em geral os de menor risco, que pedem R$ 10 mil de aplicação mínima em seus papéis. Hoje, os CDBs, LCI e LCAs são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até R$ 250 mil por CPF no caso de quebra do banco emissor. A garantia vale em qualquer corretora, mas somente depois que o papel é comprado e vai para o caixa do banco emissor. Enquanto o saldo está em trânsito na conta do cliente na corretora, há o risco de crédito ou de liquidação da corretora.

XP diz que quer incentivar a gestão profissional e Tesouro Direto

Já a XP explica que a iniciativa visa que o cliente consiga diversificar mais sua carteira por meio de uma gestão profissional (ou seja, fundos de investimentos) e melhorar seu nível de liquidez por meio de produtos mais simples, como Tesouro Direto, cuja aplicação mínima é definida pelo Tesouro e começa em R$ 100, além de fundos de investimentos. A XP diz que oferece mais de 350 fundos de investimentos, de todas as classes, além de Tesouro Direto, Previdência, Fundos Imobiliários, Ações e Futuros.

A decisão da XP deve levar a uma maior concentração em investidores de maior porte e ocorre enquanto outros concorrentes reduzem seus valores. O Itaú Unibanco reduziu no início deste mês a aplicação mínima em diversos fundos de renda fixa e renda variável, de R$ 50 mil para até R$ 5 mil. No total, são 50 fundos de gestores do banco, independentes e de outras instituições, dos quais 28 agora têm aplicação mínima de R$ 5 mil, a maioria para clientes do segmento Personnalité e Uniclass.

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