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Sócio da XP, Edgar Ramos assumirá presidência da Ancord

Edgar da Silva Ramos, sócio da XP Investimentos, é o novo presidente da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (Ancord). Ele era vice e foi escolhido pelo Conselho de Administração da Associação para substituir Caio Weil Villares, que deixou a entidade. Villares era sócio da corretora Concórdia, mas saiu da empresa quando esta se uniu à Spinelli. Assim, sua saída da Ancord já era esperada.

Ramos foi vice-presidente da Ancord por dois anos. Agora, o cargo ficará com Carlos Arnaldo Borges de Souza, presidente da Planner Corretora e também conselheiro da Ancord.

Em sua primeira gestão à frente da Ancord, o novo presidente, que é também conselheiro da bolsa B3 e representante da maior corretora de valores do mercado, terá o desafio de ajudar o setor de intermediação de valores mobiliários a se adaptar aos novos tempos e ao processo de diversificação de investimentos dos brasileiros. Muitas corretoras independentes ainda não conseguiram modernizar seus modelos de negócio e buscam conquistar um pedaço do mercado de investidores que saem dos grandes bancos de varejo, uma tendência que deve se acentuar nos próximos anos com a manutenção dos juros baixos e a maior oferta de aplicações. O modelo da XP, de supermercado financeiro, assim como o uso de agentes autônomos como canais de distribuição, é o mais adotado. São mudanças que vão exigir também alterações nas regras de atuação das corretoras e no relacionamento com os clientes, agentes autônomos e demais instituições do mercado.

Esse processo ocorre em meio à entrada de estrangeiros no mercado, via aquisição, como fez a chinesa Fosun com a Guide, ou via compra de participações, como fizeram alguns fundos de private equity com a própria XP e a Easynvest. Eles vêm concorrer com os estrangeiros já instalados aqui para competir no varejo, caso da coreana Mirae Asset. Cresce também o número de fintechs oferecendo investimentos automatizados, via robôs gestores, e que também vão concorrer com as corretoras tradicionais.

O crescimento das ofertas públicas de renda fixa e de ações no ano que vem, juntamente com o aumento do crédito e a necessidade de captação dos bancos de médio porte, deve também aumentar a importância das corretoras como distribuidoras desses investimentos para o grande público.

Para Pablo Stipanicic Spyer, diretor da Mirae Asset, também conselheiro da Ancord, a mudança foi natural, já que Ramos era vice de Caio Villares. O fato de o novo presidente ser também conselheiro da B3 trará uma boa sinergia com a bolsa, acredita.

Em nota, a Ancord diz que o novo presidente deve “dar continuidade ao diálogo junto a autarquias e reguladores em prol de vários segmentos que compõe a indústria de intermediação, além de propor e lançar iniciativas para contribuir com o aprimoramento dos mercados financeiro e de capitais”, diz a entidade.

“A Ancord é uma entidade importante e que vem buscando ampliar o diálogo e colocar em pauta os temas que precisam ser debatidos com os diversos agentes do setor financeiro”, diz Ramos.

Atualmente, a Ancord está empenhada em consolidar a representação de seus associados perante os demais entes do mercado, bem como o seu papel de entidade credenciadora dos agentes autônomos de investimentos, passando por programas educacionais voltados à capacitação profissional, a exemplo da educação continuada e do ensino a distância, já em fase de desenvolvimento, e que devem ser lançados dentro de alguns meses.

 

 

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