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Petróleo sobe 14% e Petrobras fecha em alta de 4%; Azul cai 8%; Bolsonaro diz que gasolina não sobe agora

O Índice Bovespa resistiu à queda das bolsas internacionais em meio à disparada do petróleo após ataques de grupos extremistas com drones que destruíram unidades de produção da Arábia Saudita. O petróleo do tipo WTI subiu 14,68% em Nova York, para US$ 62,90 o barril, enquanto o tipo Brent, de Londres, subiu 14,6%, para US$ 69,02 o barril. O ataque deve reduzir a produção mundial significativamente, já que a Arábia Saudita é responsável por 5% do fornecimento. A tensão entre os Estados Unidos e o Irã, que teria dado apoio aos extremistas, também pode manter a tensão no Oriente Médio e os preços do petróleo em alta.

Na Europa, as bolsas fecharam em queda com os investidores preocupados com o impacto do petróleo e da desaceleração da economia chinesa na economia local. O Índice Euro Stoxx 600 caiu 0,58%, enquanto o DAX, de Frankfurt, recuou 0,71% e o CAC, de Paris, 0,94%. Nos EUA, o Índice Dow Jones recuou 0,52%, enquanto o Standard & Poor’s 500 perdeu 0,31% e o Nasdaq, 0,28%. O mercado aguarda a reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) na quarta-feira para conferir se haverá algum impacto da disparada dos preços do petróleo na política de juros americana.

Ibovespa sobe 0,17% com Petrobras

No Brasil, o Índice Bovespa subiu 0,17%, para 103.680 pontos, com as ações da Petrobras evitando uma queda maior. O papel ordinário (ON, com voto) da estatal subiu 4,52%, a terceira maior alta do índice, enquanto o preferencial (PN, sem voto) subiu 4,39%, a quinta maior alta. Ultrapar, dona da rede de postos Ipiranga, subiu 3,94%, a quarta maior alta do índice. Já outros papéis de maior peso, como Itaú Unibanco PN e Vale ON, caíram, 1,78% e 2,41%, respectivamente, acompanhando as preocupações com os impactos da alta do petróleo na economia mundial.

Azul cai 8,45% e Gol, 7,77%

Já as companhias aéreas apresentaram perdas, com Azul PN caindo 8,45% e Gol PN, 7,77%, as maiores do Indice Bovespa. Completam a lista de quedas Vale ON, Itaú Unibanco PN e Rumo ON, com -2%.

Entre as maiores altas do índice, destaque para Cielo ON, que subiu 6,02% após o jornal O Globo noticiar que a empresa negocia fusão com a concorrente Stone. Kroton ON subiu 4,66%, a segunda maior alta.

A bolsa negociou hoje R$ 27,958 bilhões sendo R$ 7,5 bilhões em opções de ações, cujo vencimento foi hoje, agitando ainda mais o mercado.

Juros caem mais com expectativa de desaquecimento

Os juros futuros recuaram ainda mais, mostrando que o mercado está apostando que a alta do petróleo terá efeito mais de desacelerar a economia e as taxas do que pressionar a inflação. Os contratos para janeiro de 2020 fecharam projetando 5,22% de juros, 0,05 ponto de baixa, enquanto os para 2024 recuaram 0,12 ponto, para 6,72%.

Alta da gasolina não será imediata, diz Bolsonaro à Record

As declarações do presidente Jair Bolsonaro, de que os preços dos combustíveis não devem subir agora, também ajudou a segurar os juros. Bolsonaro falou em entrevista ao Jornal da Record. Segundo o colunista Maurício Stycer, Bolsonaro disse que conversou com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e este lhe disse que não haveria repasse imediato da alta aos combustíveis.

A declaração desperta novamente o receito de intervenção do presidente na estatal, como já ocorreu este ano. A entrevista vai ao ar hoje à noite.

Dólar fica estável

No mercado de dólar, a moeda americana alternou altos e baixo, fechando praticamente estável, em R$ 4,09 para venda no mercado comercial.

Foi um dia bastante confuso, com vencimento do mercado de opções, crise na Arábia Saudita e zeragem de um grande volume de contratos de venda de reais no mercado futuro de Nova York, afirma Pablo Stipanicic Spyer, diretor da corretora Mirae Asset. A aposta contra o real aumentou no fim da semana passada, em virtude do receio de complicações com a saúde do presidente Bolsonaro, que aumento a busca por proteção contra uma desvalorização do real. Hoje, esse movimento se reverteu e o real voltou a se valorizar, o que reduziu o impacto da crise do petróleo e fez o dólar subir menos diante do real. Mesmo a preocupação com uma greve dos caminhoneiros caso a Petrobras repasse o aumento ao diesel não chegou a movimentar o mercado.

O mercado brasileiro segue atento ao corte de 0,5 ponto percentual dos juros aqui e de 0,25 ponto nos Estados Unidos, diz Spyer. Mas a expectativa é de que o aumento do petróleo não interfira nas reduções de juros. Amanhã, a cautela dos investidores deve continuar, com a expectativa da super quarta-feira, quando ocorrerão as decisões do Fomc e do Copom e terá continuidade a discussão da reforma da Previdência no senado, “a coisa mais importante para o Brasil”, destaca Spyer.

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