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Petróleo sobe 10%, Petrobras ganha 4% e reduz perda do Ibovespa; gasolina deve subir no Brasil e puxar etanol; Cosan sobe e aéreas caem

Os preços do petróleo dispararam hoje, sob o impacto dos ataques a unidades de produção e refino da Arábia Saudita, maior exportador mundial. O barril do tipo Brent, negociado em Londres, sobe 10,88%, para US$ 66,77%, enquanto, em Nova York, o tipo WTI ganha 10,28%, para US$ 60,49. A estimativa é que haja uma redução de 5% na produção mundial, o que levará algumas semanas para ser recuperado. Há um estoque mundial que será usado para reduzir o impacto, mas mesmo assim os preços devem continuar em alta, o que também pode levar a um aumento de produção, já que com preços maiores campos menos rentáveis devem voltar a operar.

Alta dos preços no Brasil

Outro impacto deve ser a pressão sobre os preços da gasolina e do diesel no mercado local. A Petrobras pode ser forçada a seguir uma recuperação doméstica significativa de diesel e gasolina, o que pode melhorar o desempenho da empresa, mas desencadear reações em outras áreas da economia, como os caminhoneiros, alerta o banco suíço UBS.

No caso em que a empresa não mostra capacidade de seguir o petróleo internacional e não o repasse para consumidores domésticos, o UBS acredita que a capacidade do BNDES vender sua participação na empresa pode estar em risco e a venda das refinarias ficaria mais complicada. Mas o banco não vê um impacto significativo no leilão de campos de petróleo marcada para 6 de novembro.

Impacto no dólar

Apesar de ser cedo demais para identificar quando a oferta normalizará, o banco vê dois principais impactos na América Latina: preço do petróleo e taxas de câmbio. “Com o petróleo subindo, vemos um impacto positivo em algumas empresas e negativo em outras”, diz o UBS. Além disso, devido a uma maior percepção de risco, os investidores podem buscar proteção e ativos mais seguros, com uma potencial desvalorização cambial dos países emergentes.

Impacto deve beneficiar BR, Cosan e São Martinho; Gol e Azul caem

Para o UBS, na BR Distribuidora, o combustível para aviação pode ter um impacto positivo pelos estoques do produto, além do repasse dos preços para o consumidor, caso a Petrobras mantenha a política de preços equivalentes ao mercado externo. Já a Cosan pode ter um impacto negativo vindo das operações na Argentina. No entanto, dependendo da capacidade da Petrobras de repassar para os preços domésticos e a gasolina subir, haverá um teto de preço mais alto para o etanol e as margens da Cosan podem aumentar a partir dessa frente, compensando parcialmente os resultados mais fracos da Argentina. é provável que tenham uma matéria-prima mais barata no curto prazo. Na Ultrapar, a Oxiteno pode perder um pouco de competitividade na área de gás, mas o aumento de margens na rede de revenda Ipiranga deve compensar. Já São Martinho deve se beneficiar de um preço mais alto da gasolina e do etanol.

Petrobras PN sobe 4,5 por cento, Cosan ganha 1,30 por cento e Ultrapar, 0,80 por cento. O Ibovespa abriu em baixa de 0,5 por cento, aos 102.958 pontos, com as ações da Petrobras, com forte peso no índice, evitando uma queda maior.

Já as empresas aéreas, como Gol e Azul, devem sofrer com o aumento do custo do combustível. Os papéis abriram em queda, de 7 por cento e 5 por cento, respectivamente.

China fraca é outra preocupação

Os preços mais altos podem prejudicar a economia mundial, que já enfrenta os efeitos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Ontem, a China divulgou dados de atividade industrial abaixo do esperado, reforçando a preocupação com seu crescimento. A produção industrial de agosto ficou em 4,4%, abaixo da expectativa de 5,2%. Para a corretora Mirae Asset, com a piora dos dados da economia da China, membros do governo já sinalizam um crescimento do PIB abaixo de 6% neste ano, o que deve provocar o anúncio de mais medidas de estímulo em breve.

Duração da alta define impactos na economia

O impacto do petróleo na atividade dependerá, porém, da duração do aumento e da retomada da produção. Mas a tensão no Oriente Médio deve continuar, com o receio de novos ataques e com o confronto entre Estados Unidos e Irã. O governo iraniano é apontado como apoiador dos grupos que combatem a Arábia Saudita, aliado americano na região.

Bolsas caem na Europa e nos EUA

As bolsas na Europa estão em queda, com o Índice Euro Stoxx 600 perdendo 0,41%. Nos mercados futuros, o Índice Dow Jones cai 0,35%, o Standard & Poor’s 500, 0,32% e o Nasdaq, 0,54%.

Vencimento de opções deve influenciar mercado

Hoje também é dia de vendimento do mercado de opções de ações, o que pode também diluir o impacto da aversão a risco internacional.

No período da tarde, após o exercício das opções, porém, o ambiente externo deve prevalecer. Mas a Petrobras pode continuar ajudando. A alta do petróleo no exterior deve também levar a Petrobras a reajustar os preços internamente, o que seria positivo para o preço da ação, acredita a Mirae Asset.

O dólar comercial está em ligeira alta, de 0,05%, vendido a R$ 4,09. Os juros futuros estão em queda, com o contrato futuro para 2024 projetando 6,79%, 0,05 ponto percentual menos que na sexta-feira. O mercado segue na expectativa de que o Comitê de Política Monetária reduza a taxa de juros básica da economia, de 6 por cento para 5,5 por cento na quarta-feira.

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