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Ibovespa sobe 1% ignorando baixa no exterior; Dow cai 0,90% S&P 500 recua 1,3%

No último pregão antes do segundo turno da eleição que vai definir o presidente do país nos próximos quatro anos, o mercado brasileiro está otimista, com a bolsa em alta e os juros e o dólar em queda, ignorando a forte queda das bolsas na Europa e nos Estados Unidos. Mesmo a pesquisa do Datafolha mostrando uma queda na vantagem de Jair Bolsonaro, do PSL em relação a Fernando Haddad, do PT, de 18 para 12 pontos, não chegou a abalar os ânimos dos investidores, que acreditam que um governo do capitão reformado será positivo para a economia do país. A tendência de queda de Bolsonaro, mostrada também na pesquisa do Ibope, porém, não foi confirmada pela da XP Investimentos, divulgada hoje, que indica estabilidade nos votos, mas aumento da rejeição a Bolsonaro.

Cenário político define tendência local

“O Datafolha trouxe desconforto para o mercado brasileiro, que abriu em baixa acompanhando os Estados Unidos, mas a pesquisa da XP e outras pesquisas reverteram o mau humor da véspera”, afirma Pablo Stipanicic Spyer, diretor da corretora Mirae Asset. Ele cita, além da XP, a pesquisa da revista Cruzoé, que mostrou 60,6% de votos para Bolsonaro e 39,4% para Haddad. Segundo ele, os investidores entendem que se mantém o cenário de vitória de Bolsonaro no domingo, o que explica o descolamento em relação ao exterior. “A alta do Ibovespa e a baixa do dólar são a somatória do conforto que as pesquisas deram hoje, de continuidade das reformas”, explica. Nem mesmo o crescimento acima do esperado da economia americana, que tenderia a reforçar a visão de alta dos juros nos EUA, está impedindo o otimismo dos investidores no Brasil. “É a euforia”, resume.

PIB dos EUA acima do esperado

No exterior, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no terceiro trimestre mostraram um crescimento de 3,5% anualizados, acima dos 3,4% esperados pelo mercado, mas abaixo dos 4,2% do trimestre anterior. Mantido esse ritmo, a economia dos EUA deve crescer 3% este ano, o que não acontecia desde 2005. O crescimento foi puxado pelo consumo das famílias, que aumentou 4%, compensando a queda em empresas e no setor imobiliário.

Juros nos EUA e resultados ruins de empresas derrubam bolsas

Apesar do crescimento deste ano, o mercado segue preocupado com o desempenho da economia americana no ano que vem. A expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) suba os juros. Além disso, há o impacto da guerra comercial declarada pelo presidente Donald Trump contra a China, que pode atrapalhar o crescimento da segunda maior economia do mundo. Ontem também empresas importantes, como Amazon e Google, vieram com números que preocupam o mercado depois do fechamento. A Amazon teve um lucro recorde no terceiro trimestre, mas suas vendas desapontaram e a empresa reviu para baixo sua estimativa de receitas no último trimestre do ano, justamente o mais forte. O papel cai 7%.

Com isso, as bolsas na Ásia fecharam em queda, com o Índice Nikkei, do Japão, perdendo 0,40% e o da Bolsa de Xangai, da China, 0,19%. Na Europa, as bolsas caminham para uma das piores perdas em 7 anos, com o Índice Euro Stoxx 600 perdendo 0,77%. O Financial Times, de Londres, perde 0,92%, o DAX, de Frankfurt, 0,94%, o CAC, de Paris, 1,29% e o MIB, da Itália, 0,70%.

Nos Estados Unidos, o Dow Jones cai 0,90%, o Standard & Poor’s 500, 1,29% e o Nasdaq, 1,71%, depois de ter caído mais de 2% durante a manhã.

No Brasil, o Índice Bovespa sobe 1%, para 84.900 pontos, puxado pelas ações da Petrobras PN, com 1,44%, Vale ON, 1,61%, Itaú Unibanco PN, 1,21% e Bradesco PN, 1%.

O dólar comercial está em queda, de 0,9%, vendido a R$ 3,67, enquanto o turismo cai 0,8%, para R$ 3,87.

Os juros futuros também estão em baixa na B3, refletindo o otimismo com o cenário eleitoral.

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