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Dólar sobe para R$ 2,73, turismo vai a R$ 2,94 e juros futuros fecham em 13%; Tesouro Direto se ajusta

Juros e dólar tiveram hoje um dia de fortes oscilações, mostrando como o país segue dependente do cenário internacional em meio à forte queda da moeda da Rússia. A alta acabou afetando também o leilão semanal de títulos do Tesouro e as vendas no varejo do Tesouro Direto, que suspendeu os negócios por duas vezes.  A alta do dólar e dos juros influenciou também a Bovespa. Os contratos futuros de DI na BM&FBovespa dispararam e atingiram  o limite de alta do dia. O volume negociado também disparou e bateu recorde nos futuros de DI e de dólar.

A moeda americana chegou a atingir R$ 2,75 no segmento comercial ao longo do dia, mas recuou ligeiramente no fechamento, sendo vendido a R$ 2,73, alta de 1,86%. Trata-se do quinto aumento consecutivo da moeda americana, apesar das vendas diárias de contratos de swap cambial pelo Banco Central (BC). O dólar turismo, por sua vez, teve valorização de 2,43%, e fechou a R$ 2,94 na venda. No mercado futuro, o dólar para janeiro de 2015 fechou a R$ 2,748, em alta de 1,51% sobre os R$ 2,707 de ontem.

O dólar refletiu a fuga dos investidores do risco ao redor do mundo após a Rússia fracassar na tentativa de estabilizar sua moeda, o rublo, em queda por conta dos preços do petróleo. Mesmo após subir os juros de 10,5% ao ano para 17%, o governo russo viu a moeda derreter hoje, com o dólar chegando a subir 19%, desacelerando depois no fim do dia para 5,7% de alta.

Tombini prepara swaps

Hoje, ao comentar a acentuada valorização do dólar nos últimos dias, Tombini afirmou que o Banco Central (BC) está atento e manterá sua política cambial. Sem dar maiores detalhes, ele informou que, apesar da pressão, o BC está definindo os parâmetros para o swap cambial, que será anunciado no início de janeiro. Essas operações, que equivalem à venda da moeda no mercado futuro, são usadas para suavizar a alta do dólar e oferecer proteção (hedge) cambial às empresas e instituições financeiras.

Juros futuros batem limites de alta

A instabilidade pegou em cheio também os mercados de juros futuros da BM&FBovespa. As projeções superaram rapidamente os 13% ao ano, subindo mais de 0,5 ponto percentual, e atingiram os limites de máxima permitidos pela bolsa logo pela manhã. Os contratos para janeiro de 2016 chegaram a 13,44% e os para 2017, 13,49%. Depois de atingirem os limites, os juros não podem subir mais e passaram então a recuar, fechando perto dos 13%.

No fechamento, as taxas de juros dos contratos com vencimento em 2015 saltaram de 11,58% ontem para 11,64%. Para 2016, as projeções, apesar de perderem a força durante o dia, também subiram de 12,67% ontem para 13%. Os negócios para 2017 saíram de 12,73% ontem para 13,02%. Finalmente, para 2021, as taxas foram de 12,65, ante taxa anterior de 12,51%.

Tesouro direto para

A movimentação dos juros futuros influenciou as taxas dos papéis do Tesouro, o que obrigou o Tesouro Direto, sistema de negociação via internet de papéis federais, a suspender os negócios até as 11 horas. Quando o mercado reabriu, os papéis prefixados pagavam 13,37% para vencimento em 2017. As NTN-B longas, corrigidas pela inflação, pagavam também taxas mais altas, de 6,60% ao ano mais IPCA. À tarde, os juros recuaram e os negócios voltaram a ser suspensos, das 16 às 18 horas. As  LTN para 2017 passaram a pagar 13,05% e as NTN-B 2050, 6,41% mais IPCA.

A oscilação levou o Tesouro a suspender a venda de papéis longos corrigidos pela inflação, as NTN-B, em seu leilão semanal de papéis.

 

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