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Crise política no Reino Unido e trégua na guerra comercial animam bolsas; Ibovespa sobe e acompanha Bolsonaro na ONU

Sinais de retomada das negociações entre Estados Unidos e China e uma decisão desfavorável ao primeiro-ministro Boris Johnson no Reino Unido estão influenciando os investidores nos mercados financeiros internacionais. Ontem, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, confirmou a retomada de negociações entre China e Estados Unidos daqui a duas semanas.

Ele também esclareceu que a interrupção da visita da missão chinesas na semana passada ocorreu a pedido das autoridades americanas. Já o presidente Donald Trump voltou a cobrar a retomada das compras de produtos agrícolas americanos pelos chineses e Mnuchin esclareceu que a China se comprometeu em realizar novas compras, e já seguiram relatos de comércio de soja entre os dois países.

Ontem também o Banco Popular da China (PBoC) afirmou ontem ter amplas ferramentas e espaço amplo para estimular a economia chinesa caso haja necessidade.

Já no Reino Unido, a Suprema Corte decidiu que a suspensão do Parlamento britânico pelo premiê Boris Johnson foi um ato ilegal de forma unânime, o que pode colocar em risco seu governo. A decisão também permite que o Parlamento se articule para impedir a saída do país da União Europeia sem um acordo, como defende Johnson, apesar dos riscos para a economia britânica. A Suprema Corte decidiu que a rainha Elizabeth II foi “induzida ao erro” por Johnson ao aceitar suspender os trabalhos do Parlamento extraordinariamente. Partidos de oposição se articulam e podem derrubar o premiê, mas o temor de analistas é que a divisão política jogue o Reino Unido em uma crise política semelhante à da Itália, em que a dificuldade em formar um governo com disputas entre partidos populistas provoca sucessivas eleições e conflitos.

As bolsas na Ásia fecharam praticamente estáveis, com o índice Nikkei, do Japão, subindo 0,09%, o Hang Seng, de Hong Kong, 0,22% e o da Bolsa de Xangai, 0,28%. Na Europa, a maior queda é do Financial Times, de Londres, pela crise política que ameaça o primeiro-ministro Boris Johnson. O DAX, de Frankfurt, cai 0,02% enquanto o CAC, de Paris, sobe 0,15%.

Nos EUA, a retomada das conversas com a China faz o Índice Dow Jones subir 0,22% no mercado futuro. O Standard & Poor’s 500 sobe 0,25% e o Nasdaq, 0,28%.

No Brasil, o Índice Bovespa abriu em alta e subia 0,11%, para 104.752 pontos. Banco do Brasil ON sobe 0,30%. O banco anunciou ontem um acordo com o suíço UBS para criar um banco de investimentos e uma corretora para atuação na América do Sul.

Via Varejo, que pretende criar um banco digital, sobe 0,93%. Os bancos também estão em alta o que favorece o Índice Bovespa.

O mercado brasileiro avalia a ata do Copom, divulgada hoje, e que reafirma o comunicado da reunião da semana passada, de que o Banco Central vê espaço para cortar mais os juros, hoje de 5,5% ao ano. Essa expectativa de corte é reforçada pelo IPCA-15, prévia da inflação que saiu hoje também, e que subiu apenas 0,09%.

O mercado acompanha também o discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e como ele vai tratar da questão do meio ambiente. A imagem internacional do país e suas relações comerciais podem ser mais afetadas dependendo da reação ao discurso.

No mercado de câmbio, o dólar está em queda de 0,15%, vendido a R$ 4,165 no mercado comercial. Os juros futuros estão em alta, corrigindo um pouco da queda forte dos últimos dias por conta das indicações de redução dos juros pelo Copom.

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