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Boris Johnson suspende Parlamento para facilitar Brexit sem acordo; bolsas caem na Europa e sobem nos EUA

Uma manobra do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pode levar à saída do Reino Unido da União Europeia sem um acordo, como ele vinha ameaçando desde a campanha eleitora. Ele pediu a suspensão das atividades do Parlamento por um mês, entre 12 de setembro e 14 de outubro, o que permitiria ao grupo garantir a aprovação do Brexit sem acordo com a União Europeia.

O mercado, porém, viu nessa “tacada” a possibilidade de abertura de uma crise política mais séria e isso derrubou a libra, observa Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da corretora Nova Futura. O motivo é que o rompimento drástico das relações comerciais interromperá negócios e fluxos de mercadorias entre o Reino Unido e a União Europeia, com o risco de recessão.

Junto com a libra, que perde 0,5%, foram as bolsas globais e a percepção de risco. Os juros dos títulos do Tesouro dos EUA de 30 anos caíram para 1,91% e a diferença entre os papéis de três meses e 10 anos para -0,55 pontos percentuais. O índice VIX, outro indicador importante da percepção de risco global, subiu para 22%, mostrando que o fly to quality (busca de proteção) continua acelerado, diz o economista.

O governo britânico vai pedir à Rainha Elizabeth II que seja estendido até 14 de outubro o período em que o Parlamento se encontra suspenso para o chamado “intervalo de verão”. A manobra visa a impedir os deputados de aprovarem leis que bloqueiem o Brexit sem acordo. O primeiro-ministro Boris Johnson já disse várias vezes que o país abandonará a União Europeia no último dia de outubro, com ou sem acordo de saída.

A medida, antecipada esta quarta-feira (28) pela emissora britânica BBC, irá limitar o tempo disponível para que os membros do Parlamento e legisladores possam impedir o primeiro-ministro britânico de sair da UE sem acordo.

A intenção do governo chega um dia depois de reunião entre os legisladores que se opõem a um Brexit sem acordo.  

Bolsas caem na Europa e sobem nos EUA e no Brasil

Na Europa, as bolsas estão em queda, com o Dax, de Frankfurt, perdendo 0,62%, o CAC, de Paris, 0,67% e o índice Euro Stoxx 600, 0,45%.

No Brasil, o Índice Bovespa sobe 0,43%, sustentado pelas ações de bancos como Itaú Unibanco PN, com alta de 0,89%, e Petrobras PN, com 0,16%.

O dólar cai 0,10%, para R$ 4,154 para venda no mercado comercial.

Nos EUA, o Índice Dow Jones tem alta de 0,65%, o Standard & Poor’s 500, de 0,46% e o Nasdaq, de 0,18%.

Com informações da Agência Brasil e Rádio e Televisão de Portugal.

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