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Bolsas caem com China e economia mundial, mas Ibovespa sobe 1%; dólar recua

As bolsas de valores do mundo todo fecharam em queda hoje, refletindo o receio de que a economia mundial vai se sair pior do que a encomenda este ano. Os dados de exportações chinesas em fevereiro e os números de criação de emprego nos EUA muito abaixo do esperado reforçaram o pessimismo que já havia tomado conta dos investidores ontem, depois que o Banco Central Europeu (BCE) reduziu a projeção de crescimento da zona do euro e adiou o aumento do juro básico e o fim dos subsídios via recompra de títulos para os bancos da região.

A onda pessimista começou pela Ásia, com o Índice da Bolsa de Xangai perdendo 4% e interrompendo oito semanas de ganhos. O Nikkei, do Japão, caiu 2% e o Hang Seng, de Hong Kong, 1,91%. Na Europa, o Índice Euro Stoxx 50 cai 0,76%, com o Financial Times, de Londres, perdendo 0,74%, o CAC, de Paris, 0,74%, o DAX, de Frankfurt, 0,52% e, nas economias mais fracas, o MIB, da Itália, caiu 1,03% e o Ibex, de Madri, 1,30%.

Emprego nos EUA abaixo do esperado

Nos Estados Unidos, a criação de empregos em fevereiro ficou em 20 mil vagas, muito abaixo das 100 mil necessárias para manter a população ativa equilibrada. Mesmo assim, a taxa de desemprego caiu de 4% para 3,8% e os ganhos por hora trabalhada subiram 11 centavos, ou 0,4% no mês, elevando para 3,4% o ganho em 12 meses, o maior desde abril de 2009. A avaliação é que a maior economia do mundo segue desacelerando lentamente, depois do impacto da redução de impostos pelo governo de Donald Trump.

Assim, os índices das bolsas americanas também recuaram, com o Dow Jones perdendo 0,09%, o Standard & Poor’s 500, 0,21% e o Nasdaq, 0,18%. Já o ouro, visto como proteção em ambientes de crise mundial, fechou em alta de 0,97%, a US$ 1.298,60 a onça-troy (31,104 gramas). O petróleo negociado em Nova York, por sua vez, caiu 1,09%, para US$ 56,04 o barril.

Brasil na contramão do mundo

O Brasil foi a exceção na onda negativa das bolsas mundiais. O Índice Bovespa fechou em alta de 1,09%, aos 95.364 pontos. O volume negociado atingiu R$ 16,271 bilhões, perto da média do ano, de R$ 16,563 bilhões, 36% maior que a média do ano passado.

Papéis de commodities acompanharam o cenário mais pessimista para a economia mundial e lideraram as quedas do Índice Bovespa. CSN ON caiu 6,65%, Suzano Papel ON, 3,27%, Petrobras ON, 0,75%. A parte de consumo também foi afetada, com Ambev ON caindo 0,60%.

As maiores altas do Índice foram de Estácio Participações, 8,08%, Kroton ON, 7,71%, Raia Drogasil ON, 6,40% e Via Varejo ON, 6,12%.

A animação do mercado no Brasil pode ser explicada pelo otimismo com a aprovação da reforma da Previdência. Segundo a Guide Investimentos, Paulo Guedes, ministro da Economia, em entrevista ao Estado de S. Paulo, reforçou seu otimismo com relação à tramitação da reforma. Segundo Guedes, faltam apenas 48 votos para a aprovação da PEC da Previdência na Câmara. Lembrando: no plenário da Casa, são necessários 308 votos para a aprovação do texto. Guedes disse ainda que “Bolsonaro fará sua parte” para garantir aprovação da reforma neste ano.

No mercado de dólar, a moeda americana fechou em baixa, de 0,37%, vendida a R$ 3,87 no mercado comercial. No mercado turismo, a queda foi de 0,25%, para R$ 4,03 para venda.

Novo horário da bolsa na segunda-feira

A partir de segunda-feira, a bolsa brasileira volta ao seu horário normal, abrindo às 10 e fechando às 17 horas, com after market. Hoje, o mercado vai até as 18 horas para coincidir com as bolsas americanas. Agora, com o início do Horário de Verão por lá, o mercado brasileiro pode retomar sua rotina.

IGP-DI mais forte

Hoje também a Fundação Getulio Vargas divulgou o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (DI), que subiu 1,25% em fevereiro, acelerando em relação a janeiro. Os preços no atacado, especialmente alimentos, minério de ferro e combustíveis, podem manter a pressão sobre o varejo nos próximos meses.

Poupança perde R$ 15 bi em dois meses

As cadernetas de poupança perderam R$ 4 bilhões em fevereiro, informou hoje o Banco Central. Somando esse valor aos R$ 11 bilhões que saíram em janeiro, já são R$ 15 bilhões que deixaram as cadernetas apenas nos dois primeiros meses do ano.

 

 

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