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PagSeguro e Safra entram na guerra das maquininhas

A guerra das maquininhas de cartões se acirrou ainda mais hoje, com a PagSeguro anunciando que também vai antecipar os valores no mesmo dia aos comerciantes sem cobrar juros, a exemplo do que fizeram os concorrentes Rede, do Itaú, e GetNet, do Santander. Normalmente, os valores pagos pelos compradores só eram liberados para o comerciante 30 dias depois e as empresas ofereciam crédito para antecipar os valores ganhando nos juros. Agora essa fonte de renda pode acabar, prejudicando especialmente a Cielo e a própria PagSeguro. Para completar, o Safra anunciou hoje que não vai cobrar juros nas compras a vista ou parceladas em sua máquina.

Com isso, as ações da Cielo fecharam em queda de -7,30 por cento em um dia em que a Bolsa subiu +1,39 por cento, observa Eduardo Guimarães, da Levante Ideias de Investimento. Hoje o papel cai mais 2,5%.
O mesmo ocorreu com 2 empresas brasileiras listadas nos Estados Unidos: os papéis da PagSeguro derreteram -10% na quinta feira e os da Stone, -24%.
As decisões da PagSeguro e do Safra são negativa para as ações da Cielo (CIEL3), que devem sofrer ainda mais com o aumento da concorrência, diz a Levante. A notícia também é negativa para a PagSeguro e Stone.
Além disso, tudo indica que os novos preços não são promocionais, e sim uma nova realidade. Diferentemente da Rede, com Itaú; SafraPay, com o Safra; e GetNet, com o Santander, três bancos, a Cielo tem só um core business: transações financeiras.
A Cielo tem adotado uma postura comercial mais agressiva desde o final do ano de 2018, tentando reagir à concorrência e colocando o seu pessoal na rua para recuperar o terreno perdido para a concorrência no mercado. No entanto, dificilmente, a companhia vai se recuperar e voltar a ser o que era antes.
Mesmo com número apertados, os grandes bancos conseguem atrair os clientes das máquinas para outros serviços de suas instituições, o que não ocorre com a Cielo, PagSeguro e Stone.No ano de 2018, o setor de meios de pagamento ficou muito mais competitivo, principalmente para a Cielo, resultado de uma abertura e mudança regulatória muito bem implementada pelo Banco Central, lembra a Levante.

No passado, a Cielo deteve um poder de mercado bem expressivo, o que permitia a companhia utilizar preços abusivos contra os clientes (que não tinham opção), o que garantiam as margens, agora, com diversos concorrentes inovadores, como diversas fintechs de pagamento, e grandes concorrentes com muito caixa para financiar a operação, a situação se complica ainda mais para a Cielo.No fim das contas, a Cielo é analógica em um mundo digital. O ponto principal que fica é: até onde ela se definhará, conclui a consultoria.

O PagSeguro, empresa do Grupo UOL, anunciou hoje que a partir do dia 01/05/2019, os vendedores que utilizam suas maquininhas poderão receber o dinheiro de suas vendas na mesma hora. A empresa diz que é a única do setor a disponibilizar a opção. O novo plano de recebimento, segundo a empresa, faz parte da estratégia de facilitar ainda mais o acesso aos serviços financeiros para os pequenos e médios empreendedores. Por isso, ao vender pela maquininha, o vendedor terá o dinheiro em sua conta na hora e poderá fazer compras ou sacar em qualquer caixa eletrônico (Banco24 Horas) utilizando o cartão pré-pago internacional Mastercard. Em geral, outras credenciadoras pagam as vendas na modalidade débito em 1 dia e no crédito em 2 dias ou 30 dias. O PagSeguro já pagava todas as vendas, independentemente da modalidade, em 1 dia, mas agora, pagará na hora, mesmo nos finais de semana e feriados, diz a empresa. Atualmente, o PagSeguro é a empresa credenciadora do país com a maior quantidade de clientes. São mais de 4,1 milhões de vendedores ativos, segundo a empresa. Todos os clientes do PagSeguro possuem uma conta digital grátis que permite pagar contas, recarregar celular, fazer e receber transferências de qualquer banco e até pedir empréstimo.
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