O governo chinês anunciou hoje que vai elevar as tarifas de importação de US$ 75 bilhões em importações dos EUA, em retaliação ao aumento de tarifas sobre US$ 300 bilhões de importações chinesas anunciado pelo presidente Donald Trump e às ameaças de restrições a empresas de tecnologia da China. A decisão marca um revés nas negociações entre os dois países e despertou o receio de que a guerra comercial se acentue e provoque uma queda no comércio global e na atividade mundial.
As medidas atingem produtos americanos, incluindo soja, automóveis e petróleo. As medidas entram em vigor em 1º de setembro e 15 de dezembro, mesmas datas das restrições americanas. A tarifa adicional sobre a soja entrará em vigor em setembro e a de 25% sobre automóveis, em dezembro.
O anúncio provocou uma onda de aversão ao risco nos mercados de todo o mundo. Em Nova York, o índice Dow Jones cai 1,76% e o Standard & Poor’s 500, 1,85%. O Nasdaq recua 2,22%. O petróleo cai 3,29%.
Na Europa, o Índice Euro Stoxx 600 perde 0,78%, enquanto o DAX, da Alemanha, recua 1,15% e o CAC, de Paris, 1,14%. Os juros dos papéis de 10 anos nos EUA caíram acentuadamente, 0,09 ponto percentual, para 1,53% ao ano, indicando a forte procura por proteção dos investidores. Também o ouro, outro instrumento de proteção, sobe 1,82%, para US$ 1.536,00 a onça-troy (31,104 gramas) em Nova York.
No Brasil, o Índice Bovespa cai 2,4%, para 97.606 pontos, uma queda de 2.400 pontos em relação ao fechamento de ontem. O dólar comercial sobe 0,86% e atinge R$ 4,11. Os juros futuros estão em alta, com o contrato para janeiro de 2022 projetando 6,02 por cento ao ano, ante 5,92 por cento ontem. Para 2025, a taxa projetada é de 6,97 por cento, ante 6,88 ontem.