Dólar a R$ 3,50 está fora do equilíbrio e é ponto de compra, diz Nathan Blanche

A forte queda do dólar nos últimos dias não reflete os fundamentos econômicos do país, mas sim a volatilidade provocada pela política, e a tendência da cotação seria voltar a subir, até para garantir a melhora das contas externas, avalia o especialista em câmbio Nathan Blanche, sócio da Tendências Consultoria. Para ele, o preço de equilíbrio do dólar é R$ 3,90, de acordo com os fundamentos do país, e pela cotação atual, a R$ 3,50, vale a pena comprar olhando para o longo prazo.

Proposta de orçamento deficitário mostra ingenuidade do governo, diz Mailson

O orçamento para 2016 enviado ao Congresso nesta semana com um buraco de R$ 30 bilhões mostra a ingenuidade do governo em achar que o Congresso vai acha uma solução, diz o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega, sócio da Tendências Consultoria. “O Congresso nunca cumpriu o orçamento, não há incentivo em ser responsável, como mostram as pautas-bomba, e não é característica da Casa enfrentar problemas”, afirma . Para o ex-ministro, o governo tentou dramatizar a situação, jogando a responsabilidade pelos cortes para o Congresso. “Mas a responsabilidade do orçamento é do Executivo, em articulação com seus líderes no Legislativo”, lembra Mailson.

Para Nathan Blanche, déficit no orçamento é “tiro de misericórdia” no grau de investimento

A decisão do governo de enviar ao Congresso uma proposta de orçamento para 2016 prevendo um déficit de R$ 30 bilhões representa “um tiro de misericórdia” no grau de investimento do país, afirma Nathan Blanche, consultor, sócio da Tendências Consultoria e um dos pioneiros do mercado de câmbio no Brasil. Nathan lembra que as agências de rating estão preocupadas com o crescimento da dívida pública brasileira nos próximos anos e a promessa do governo de promover um ajuste fiscal e garantir superávits primários para pagar o débito era o que impedia as agências de rebaixar o Brasil.

Longe da nova matriz macroeconômica, país ainda flerta com estagflação, diz Gustavo Loyola

Para o ex-presidente do BC, o governo ainda não comprovou que vai manter o tripé dólar flutuante, superávit primário e inflação sob controle. Sem a confiança dos empresários e dos consumidores e com a pressão das tarifas represadas, o país pode continuar convivendo com crescimento baixo e inflação elevada, uma mistura de estagnação com inflação.

Potencial de crescimento sem inflação do Brasil diminuiu, avalia Loyola

Loyola destaca, porém, que não há um grande problema para o país no curto prazo, apesar da alta da inflação e do crescimento mais baixo. O problema será chegar em 2015 com uma inflação mais alta e contas públicas piores, além de contas externas também ruins. “O grande problema é a política monetária ‘ad hoc’, ou seja, voltada para problemas pontuais”, afirma.