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Crise econômica e política “não esfriou os ânimos da bolsa”, diz presidente da BM&FBovespa

Apesar da desaceleração da economia e da crescente crise política local, o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, afirmou hoje que o cenário desafiador não esfriou os ânimos da bolsa brasileira. “Acreditamos que o país voltará a crescer e essa retomada nos avanços passa pelo mercado de capitais”, defendeu. Na noite de ontem, a BM&FBovespa divulgou lucro líquido ajustado de R$ 436,8 milhões no segundo trimestre de 2015, um crescimento de 17,2% sobre o mesmo período do ano passado.

Fim do JCP

O executivo também lamentou a possível extinção dos juros sobre capital próprio (JCP), muito utilizado na remuneração de acionistas pelas companhias, mas reconheceu que a iniciativa faz parte de um ajuste fiscal, pelo qual o país precisa passar para equilibrar as contas e voltar “aos trilhos do crescimento”.

Na próxima terça-feira, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), relatora da Medida Provisória 257, deverá propor um aumento maior do imposto sobre lucro do setor bancário (CSLL) e a extinção da JCP.

“É um forte instrumento de atração das empresas hoje, mas caso a mudança faça parte da nova estratégia fiscal do país, nos adaptaremos”, garantiu. Ainda assim, ele não considerou que a ausência dos incentivos de JCP faça com que as companhias repensem sua entrada na bolsa. “O incentivo é pequeno em relação à importância de uma companhia se listar na Bovespa”, completou.

A própria BM&FBovespa usou o JCP neste último trimestre para distribuir aos acionistas 80% do lucro societário, cerca de R$ 254,4 milhões. Segundo o presidente, o possível fim deste instrumento não deverá mudar o modelo de distribuição de proventos da bolsa, que costuma distribuir 80% dos ganhos aos investidores. No ano passado, por exemplo, a bolsa não utilizou o JCP.

Reajuste dos juros americanos e novo fluxo da Bovespa

De olho no impacto que um aumento dos juros americanos, previsto entre setembro e dezembro, possa causar no volume de negócios da Bovespa, Edemir considerou o reajuste já precificado pelo mercado. “Quando acontecer, não vejo impacto negativo, a menos que o aumento fique fora das estimativas dos analistas”, completou.

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