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Anefac: após sequência de elevações, taxa de juros do crediário cai

Após um longo período de elevações, as taxas de juros das operações de crédito recuaram em setembro. A taxa média geral para pessoa física apresentou uma queda de 0,02 ponto percentual no mês, para 6,06%, e de 0,46 ponto percentual na taxa ao ano, para 102,59%, de acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). É a menor taxa de juros desde julho deste ano.

Essa redução, a primeira após 15 elevações seguidas dos juros na pessoa física e 12 na jurídica, pode ser atribuída, de acordo com a Anefac, à interrupção da elevação da taxa básica de juros (Selic), bem como à sinalização do Banco Central de que ela deve se manter inalterada nos próximos meses.

Outro fator é a estabilidade nos índices de inadimplência,  mesmo em um cenário de inflação mais alta e juros maiores, o que reduz a renda das famílias. Nota-se também, com o baixo crescimento econômico, estabilidade na concessão de crédito, motivada pela maior seletividade das instituições financeiras o que, de acordo com a Anefac, melhora a inadimplência futura. Por último, as medidas recentes promovidas pelo BC reduzindo os depósitos compulsórios ajudaram a reduzir as taxas ao liberar mais recursos para os bancos emprestarem.

Taxa de juros

Das seis linhas de crédito pesquisadas pela Anefac, os juros do comércio, o financiamento de veículos e o empréstimo pessoal de bancos e de financeiras tiveram suas taxas reduzidas. O rotativo do cartão de crédito se manteve estável e o cheque especial foi elevado, o que reforça o conselho para que se evite usar essas linhas.

A taxa de juros das compras no comércio passou de 4,68% ao mês em agosto para 4,63% em setembro. A taxa é a menor desde maio deste ano, quando chegou a 4,62%. A taxa do cartão de crédito se manteve estável, em 10,78% ao mês em setembro, a maior desde março de 2000, quando chegou a 10,78%.

Para as empresas, a taxa de juros média geral apresentou uma queda de 0,01 ponto percentual no mês, de 3,44% para 3,43%, e de 0,17 ponto ao ano, de 50,06% para 49,89%, as menores desde maio deste ano. A taxa mais alta para empresas segue sendo a da conta garantida, ou cheque especial, com 5,88% ao mês, bem acima dos 1,88% do capital de giro e do 2,54% do desconto de duplicatas capital de giro.

Selic x Juros

Considerando todas as elevações da Selic promovidas pelo Banco Central desde março do ano passado, tivemos neste período uma elevação de 3,75 pontos percentuais, ou o equivalente a 51,72% da taxa anterior, que passou de 7,25% ao ano em janeiro de 2013 para 11% ao ano no mês passado.

Neste período a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 14,62 pontos percentuais, ou de 87,97% ao ano em março de 2013 para 102,59% ao ano no último mês.

Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 6,31 pontos percentuais, de 43,58% ao ano em março do ano passado, para 49,89% ao ano em setembro.

Por conta da decisão do BC em manter a Selic em 11% ao ano, é provável que as taxas de juros das operações de crédito se mantenham inalteradas neste período, a não ser que, devido à piora no cenário econômico a inadimplência venha a ser elevada, o que levaria as instituições financeiras a subirem suas taxas de juros. A Anefac ressalta que a redução dos compulsórios pelo BC pode provocar alguma redução dos juros nas operações de crédito

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