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IBCPF descomplica e vira Planejar, para difundir melhor o planejamento financeiro

Se já é difícil falar de planejamento financeiro no Brasil, imagine começar com uma sigla de cinco letras, sendo apenas uma vogal. Esse era o desafio do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros, o IBCPF, que está mudando de nome. Em vez da sopa de letrinhas que às vezes era confundida com CPF ou ICMS, o instituto passa a ser uma associação com o nome Associação Brasileira de Planejadores Financeiros, ou Planejar, para tornar a conversa mais curta.

O Planejar continua como a única entidade no Brasil afiliada ao Financial Planning Standards Board (FPSB), com a exclusividade para conceder a Certificação CFP para profissionais de planejamento financeiro que cumpram os padrões mundiais. No Brasil, já são quase três mil profissionais certificados, ou 2.944, para se mais exato, explica Luiz Sorge, presidente do Planejar. Segundo ele, a ideia de mudar o nome veio da tentativa de aproximar o instituto dos investidores e da própria comunidade financeira. “Era um nome complexo e a questão de se autointitular instituto acabava provocando um distanciamento entre a entidade e os associados”, explica Sorge. Além disso, as pessoas não entendiam bem aquela sigla e não a identificavam com o planejamento financeiro.

Por isso, as mudanças buscam simplificar o reconhecimento da entidade e oficializar o caráter associativo natural que o profissional certificado, o CFP, tem com o Planejar. “Esperamos que com a associação essa sensação de pertencimento aumente”, diz.

Os pilares do Planejar continuarão os mesmos, a certificação, a educação continuada e a associação. Os associados pagam uma licença anual pelo uso da marca CFP e pela manutenção de padrões profissionais, que incluem a organização de programas e eventos de educação continuada, segundo os modelos internacionais. O crescimento do Brasil fez o IBCPF/Planejar ser visto como modelo global de aumento de associados e governança global, afirma Sorge.

Para ele, o momento é bom para o planejador financeiro, uma vez que as turbulências de curto prazo dos mercados por conta da eleição de Donald Trump nos EUA fazem as pessoas esquecerem suas estratégias mais longas. “O planejador, com uma visão mais ampla, tem mais condições de fazer o movimento contrário da maioria, de olhar o curto prazo apenas, e manter o horizonte de longo prazo”, diz.

Com 16 anos de vida, o IBCPF/Planejar está caminhando para a maturidade. Criado a partir de uma segmentação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o Planejar mudou-se no ano passado para uma sede própria, reforçando sua autonomia, com uma estrutura independente. A Anbima, explica Sorge, continua sendo a associada sênior, como forte apoio à atividade de planejador.

A própria Anbima tem uma importância grande na evolução do atendimento da pessoa física, com suas certificações CPA10 e CPA20, para funcionários das instituições financeiras, mas que servem mais como licenças para o exercício da atividade. “Já o CFP é de distinção”, explica Sorge, lembrando que, dos associados da Planejar, 70% são ligados a bancos e 30% são independentes. “É natural que não tenhamos ponto de apoio apenas na Anbima, mas dos profissionais como um todo”.

 

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