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Dedo no gatilho: estudo mostra que fundos têm maior parcela em LFT e curto prazo

O volume das aplicações dos fundos de investimentos em títulos públicos fechou agosto em R$ 989 bilhões, segundo estudo da Economática. Desse total, porém, R$ 367 bilhões, ou 37%, são Letras Financeiras do Tesouro (LFT), papéis que pagam os juros diários da Selic e são os que representam menores riscos para os investidores. A forte presença desses papéis é um mau sinal para o país, pois mostra ainda um receio grande dos investidores e gestores em correr riscos.

Um sinal positivo, porém, é dado pelas Notas do Tesouro Nacional (NTN-B), papéis mais longos, corrigidos pela inflação. Eles representavam 25%, ou R$ 251 bilhões, na carteira de títulos públicos dos fundos, o que pode ser explicado pela forte alta dos juros desses papéis ao longo deste ano, acima de 6% ao ano mais IPCA. Os gestores aproveitaram para reformar sua carteira com esses papéis, alongando ao máximo a aplicação. Tanto que a maior parcela de NTN-B, de R$ 39 bilhões, está em papéis que vencem em agosto de 2050. A segunda maior parcela, de R$ 24 bilhões, é de papéis também longos, com vencimento em 2045.

Já os papéis prefixados, as LTN, e as NTN-F, representam R$ 200 bilhões, menor parcela da carteira.

 

Mais de um terço do patrimônio no curto prazo

Porém, a preferência pelo curto prazo vai além das LFT. Se for somada às LFT as operações compromissadas, que também são de curto prazo e representam R$ 807 bilhões, ou 26,23% do total de ativos dos fundos, a carteira indexada ao curtíssimo prazo dos fundos chegaria R$ 1,174 trilhão, ou 38,1% dos R$ 3 trilhões investidos nessas aplicações. Ou seja, mais de um terço dos recursos.

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