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Stuhlberger vê exagero em alta na bolsa e espaço para queda nos juros

Há bastante espaço para o juro real brasileiro continua caindo, enquanto a bolsa reflete um exagero de otimismo em relação ao novo governo de Michel Temer. Já o dólar deve ficar estável, dentro de uma pequena banda de oscilação. A avaliação é de Luis Stuhlberger e sua equipe da Verde Asset, conforme o relatório do Fundo Verde de abril.

O fundo, um dos maiores multimercados do mundo, com cerca de R$ 10 bilhões de patrimônio, fechou abril com ganho de 1,76%, recuperando as perdas do ano e acumulando 1,08% de janeiro a abril. O ganho no mês superou o CDI, de 1,05%, mas perde do referencial dos juros no ano, de 4,34%. O Verde ganhou em abril com renda fixa e moedas, mas perdeu com ações.

NTN-B deve trazer ganhos

Para o gestor, que cuida pessoalmente das aplicações do Verde, a queda dos juros beneficiará os papéis indexados à inflação do Tesouro, as NTN-B, que pagam IPCA mais juros fixos, e que representam uma grande posição do fundo. Já a bolsa, pela alta exagerada, não justifica aplicação e por isso o fundo tem posição vendida (apostando na baixa) em ações brasileiras.

No dólar, o fundo tem uma posição vendida também, mas mais para aproveitar os ganhos em reais com os juros do que da queda da moeda. Segundo o relatório, o câmbio deve ficar estável, com o Banco Central desfazendo seus swaps (contratos de câmbio que equivalem à venda de dólares pelo BC) e com estabilidade da moeda americana também no mercado internacional diante de outras moedas.

Aposta contra moeda chinesa

O fundo tem também uma posição comprada em dólar contra renminbi, ou yuan, apostando na perda de valor da moeda da China. Segundo o relatório, a China voltou a ser fonte de preocupações com o governo decidindo injetar nova dose de estímulo de crédito na economia e estimular a compra de imóveis. Parte da liquidez, porém, tem sido usada para especulação com commodities, que ameaça repetir a bolha de ações chinesas do primeiro semestre de 2015. Para Stuhlberger e as equipe, há um risco crescente de o quadro econômico chinês se deteriorar “de maneira importante novamente”.

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