Os recursos destinados a investimentos em empresas fechadas via fundos de private equity e venture capital devem crescer 17% ao ano e atingir 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país até 2017, afirma Cláudio Furtado, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo. Ele é diretor do Centro de Estudos de Private Equity e Venture Capital (GVcepe) e sócio da empresa CVF Investimentos.
A estimativa leva em conta a evolução dos investimentos feitos por esses fundos nos últimos anos. O total investido cresceu de US$ 27 bilhões em 2007 para US$ 58,1 bilhões. “Praticamente dobramos o capital comprometido com esses fundos em seis anos”, diz Furtado.
E o crescimento se acelerou de 2010 a 2012, para 17% ao ano. “Passamos de US$ 43,9 bilhões em 2010 para os US$ 58,1 bilhões em 2012 e atingimos 2,7% do PIB”, afirma. “E devemos manter esse ritmo de 17% nos próximos quatro anos, chegando a 3,5% do PIB, dentro da média internacional de private equities”, diz.
Os dados foram divulgados hoje na pesquisa “Uma visão geral do ecossistema de private equity e venture capital no Brasil 2010-2012”, feita pela GVcepe e pelo escritório Pinheiro Neto Advogados.
Para ele, mesmo com o cenário de crescimento mais modesto da economia, o crescimento deve se manter. Furtado lembra que, durante a grande crise internacional de 2008 e 2009, os fundos de private equity brasileiros aumentaram seus investimentos em 15%. “Tivemos captações bilionárias de fundos de private equity neste ano que vão impulsionar esse crescimento”, diz.
Furtado destaca que 51% das empresas que receberam investimentos de fundos de private equity usam tecnologia própria, sendo que 30,5% desenvolvem também pesquisas. “Isso mostra a importância desses investimentos para o desenvolvimento tecnológico do país”, diz.
Olhando os fundos de private equity de empresas privadas, os setores com maior número de empresas investidas são o de recursos naturais, imobiliário, tecnologia, infraestrutura, agronegócio, farmacêutico, educação e alimentos e bebidas.
Já os fundos de participação do setor público investem mais no setor imobiliário, recursos naturais, infraestrutura, indústria naval, alimentos e bebidas.
A maior parte dos recursos administrados pelos gestores privados de private equity vem de fundos de pensão, com 28%, seguido de empresas, com 20%, gestores de fortunas (Family offices), com 12%, e capital próprio com 8%. O setor público tem 6% do total.