Os investimentos feitos pelos fundos de participações em empresas, ou private equity, cresceram 20% no ano passado em relação a 2012, para R$ 100,2 bilhões, segundo dados da associação do setor em parceria com a consultoria KPMG. Segundo a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), o total disponível nos fundos da categoria ficou estável no ano passado, em R$ 28, 5 bilhões. Esse seria o valor que aguarda oportunidades de investimento nas carteiras dos fundos.
O volume de novos investimentos no ano passado atingiu R$ 17,5 bilhões, um crescimento de 16,67% em relação aos R$ 15 bilhões de 2012. O levantamento tem por base os dados coletados pela ABVCAP, que pretende ampliar a divulgação de números do setor a partir deste ano, com maior periodicidade e transparência, segundo o novo presidente da entidade, Fernando Borges. Ele foi eleito hoje em evento realizado no Rio de Janeiro. Borges é corresponsável pela girante de private equity Carlyle no Brasil.
Entre os setores que mais se destacaram no ano passado está o de petróleo e gás, com cerca de 39% dos investimentos, seguido por logística, com 11%, e energias com 8,6%. Os maiores desinvestimentos, ou seja, vendas feitas pelos fundos, ocorreram em educação, com 50%.
Carlyle vê Brasil como prioridade
O Brasil está entre as prioridades da gestora global de private equity Carlyle. A afirmação é de David Rubenstein, cofundador e copresidente da Carlyle, durante congresso da ABVCAP. O grupo, que conta com escritórios em 34 países e faz a gestão de US$ 189 bilhões em mais de uma centena de fundos, priorizou também a China para os próximos anos.
“O Brasil recebe mais de 50% do private equity latino americano, é a segunda maior economia da América Latina, e em breve vai se tornar a quinta maior economia do mundo”, destacou. Segundo o executivo, o país ainda tem uma presença pequena do setor de private equity e há espaço para crescer, além de ser um país atraente em sua economia, com recursos naturais, população jovem e relativa boa infraestrutura. “Daqui a cinco anos, a quantidade de dinheiro investido no Brasil será muito maior do que hoje”, ressaltou o executivo, que prevê aumento dos investimentos locais e internacionais no país.
No contexto global, Rubenstein afirmou que 30% dos investimentos internacionais estão indo para o setor de private equity e que, nos EUA e Grã-Bretanha, 1% do PIB já foi investido em fundos de participação. Em relação à economia americana, ele disse que está em boa forma e não vê possibilidade de recessão.
Além do Brasil, David Rubenstein também citou o Chile, Peru, Colômbia e México como países com grande potencial de crescimento no setor de fundos de participações.