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Inflação oficial, IPCA desacelera para 0,18% em novembro, menor alta desde 1998

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, índice oficial usado pelo Banco Central (BC) em sua política de metas de inflação, variou 0,18% e ficou abaixo dos 0,26% de outubro, constituindo-se no menor percentual para os meses de novembro desde 1998, quando registrou queda de 0,12%. A alta foi menor que os 0,27% esperados pela mediana do mercado. Feijão e tomate, vilões dos meses anteriores, estão agora ajudando a derrubar a inflação, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Com isto, o acumulado no ano está em 5,97%, bem abaixo dos 9,62% de igual período do ano anterior. Considerando os últimos 12 meses, a taxa foi para 6,99%, abaixo dos 7,87% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2015 o IPCA subiu 1,01%. Assim, o índice caminha para voltar ao teto da meta de inflação do BC, de 6,5% ao ano, mas ainda está longe do centro, de 4,5%.

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A queda do IPCA além do esperado pelo mercado deve reforçar as expectativas de que o Banco Central acelere a redução dos juros básicos nas próximas reuniões, de cortes de 0,25 ponto nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) para 0,5 ponto. Hoje, os juros básicos estão em 13,75% ao ano.

As variações dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados se situaram entre -0,20% e 0,57%, enquanto que, no mês anterior, o intervalo foi mais amplo, entre -0,13% e 0,75%. Os grupos artigos de residência (-0,16%) e alimentação e bebidas (-0,20%) apresentaram os mais baixos resultados no índice do mês.

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No grupo alimentação e bebidas, a queda se aprofundou para -0,20%, enquanto havia ficado em -0,05% em outubro. Embora os preços dos alimentos consumidos em casa tenham continuado a cair (de -0,45% em outubro para -0,47% em novembro), o nível se manteve. Nesse subgrupo, os preços subiram apenas nas regiões metropolitas de Recife (0,53%) e de Porto Alegre (0,25%).

Feijão e tomate lideram quedas

A maior queda foi nos preços do feijão carioca (-17,52%), seguido pelo tomate (-15,15%) e pela batata inglesa (-8,28%).

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Entre os alimentos em alta, a cebola subiu 6,09%, a farinha de mandioca, 4,26%, e o pescado, 3,47%.

A alimentação fora de casa subiu, mas bem menos, desacelerando de 0,75% para 0,33%, sob influência da refeição fora, que foi de 0,77% para 0,19%.

Nos artigos de residência (-0,16%), a queda foi influenciada, principalmente, pelos itens eletrodomésticos (-0,92%) e pelos aparelhos de TV, som e informática (-0,92%).

Saúde e empregada doméstica puxam altas

Do lado dos grupos em alta, as variações mais elevadas ficaram com saúde e cuidados pessoais (0,57%), com destaque para o item plano de saúde (1,07%) e o grupo despesas pessoais (0,47%), sobressaindo o item empregado doméstico (0,87%).

Na energia elétrica, do grupo habitação (0,30%), a variação de 0,43% leva em conta a introdução da bandeira tarifária amarela em substituição à verde, a partir de 1º de novembro, com custo adicional de R$ 1,50 por cada 100 kilowatts-hora consumidos. Além disso, houve aumento de 5,80% nas contas de energia de Brasília, reflexo do reajuste de 4,62% em vigor desde o dia 22 de outubro. No Rio de Janeiro, a queda de 3,57% refletiu a redução de 11,73% nas tarifas de uma das concessionárias a partir de 07 de novembro. Já em Goiânia, foi registrada a queda de 3,65%, tendo em vista a redução de 8,83% no valor das tarifas em vigor desde o dia 22 de outubro.

Gasolina ajuda a segurar preços

Na gasolina, do grupo transporte (0,28%), ocorreu queda de 0,43%, mesmo com o aumento de 4,71% nos preços do etanol, que faz parte, em 27% de sua composição e que ficou com o principal impacto individual no mês (0,04 p.p). Isto, em parte, se deve ao reflexo, nas bombas, da redução de 3,2% fixada pela Petrobrás sobre os preços da gasolina, vigentes nas refinarias desde o dia 15 de outubro, além da redução de 3,1% que passou a valer a partir do dia 08 de novembro.

Ainda no grupo transporte (0,28%), a expressiva variação de 47,82% no item multas tendo em vista que as penalidades por infrações de trânsito tiveram fortes aumentos a partir de 1° de novembro, em decorrência de alteração, por meio da lei federal n° 13.281, no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Sobre os índices regionais, o mais elevado foi o da região metropolitana de Recife (0,60%), com alta de 0,48% nos preços dos alimentos. Goiânia (-0,31%) apresentou o índice mais baixo, em função da queda de 3,65% na energia elétrica, refletindo a redução de 8,83% no valor das tarifas em vigor desde o dia 22 de outubro. Os alimentos consumidos em casa (-0,87%) também contribuíram para o menor resultado.

 

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