Fundos Imobiliários, Fundos na Arena

BB prepara megafundo imobiliário com agências e imóveis

O Banco do Brasil (BB) anunciou hoje que criou um fundo imobiliário com suas agências e prédios, e que deverá ser oferecido para investidores no mercado. O valor do fundo não foi informado, mas o ganho do banco com a operação, representado pela diferença entre o preço de registro dos imóveis no balanço e o provável preço de venda, é de R$ 710 milhões,  líquido de impostos. A partir desse valor, pode-se estimar que vai ser um dos maiores fundos imobiliários já lançados para o investidor pessoa física.

O banco é o atual dono das cotas do fundo, mas deverá revendê-las ao mercado, na forma de ofertas secundárias. O ganho será incorporado ao balanço do banco à medida que as cotas forem sendo vendidas, operação que dependerá ainda de autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A estruturação do fundo será feita pelo Banco Votorantim, de quem o BB é sócio.

A notícia deverá interessar aos investidores que procuram opções em fundos imobiliários pela isenção de imposto de renda para pessoas físicas dos ganhos distribuídos por essas carteiras. Os imóveis também devem ser bem diversificados e utilizados pelo próprio banco, o que dá maior segurança do que o investimento em um fundo que possui um prédio usado por uma multinacional, por exemplo. A oferta deverá mirar especialmente os clientes de alta renda do banco, o chamado private bank, mas poderá incluir alguma parcela para o varejo. A atratividade da operação vai depender, porém, também da remuneração oferecida pelo banco.

A operação foi vista como positiva pelo mercado, que está puxando para cima as ações do banco. Para a corretora Concórdia, por se tratar de um fundo imobiliário que tem ativos detidos pelo BB e ser um tipo de investimento que não tem imposto de renda sobre os ganhos, é possível que a demanda seja elevada. “Reforçamos aqui  nossa recomendação de compra, lembrando que as ações do BB (BBAS3) são uma boa alternativa para carteiras voltadas para a distribuição de proventos (dividendos)”, diz a corretora em relatório. A ação ordinária (ON, com voto) do banco era negociada às 16h30 a R$ 24,01, com 2% de alta.

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