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Santander tem lucro no primeiro trimestre de R$ 1,2 bi, 77% maior; inadimplência cresce

O Santander encerrou o primeiro trimestre deste ano com um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão, 77,4% superior ao do mesmo período do ano passado e 3,9% acima do obtido no quarto trimestre de 2015. O lucro gerencial, sem os efeitos extraordinários de eventos como amortizações de ágio, foi de R$ 1,660 bilhão, 1,7% superior ao do mesmo trimestre de 2015 e 3,3% acima do trimestre anterior.

O retorno sobre o patrimônio líquido, excluindo o ágio, continua baixo em relação aos concorrentes e caiu 0,2 ponto percentual no primeiro trimestre, para 12,6%, ante 12,8% no mesmo período do ano passado. No quarto trimestre, o retorno havia sido de 12,4%. Bancos como Bradesco e Itaú Unibanco têm retornos acima de 15% sobre o patrimônio.

O destaque vai para as perdas com crédito. O resultado de créditos de liquidação duvidosa terminaram o primeiro trimestre com crescimento de 14,8%, para R$ 2,424 bilhões, ante R$ 2,112 bilhões no mesmo período do ano passado. As receitas de prestação de serviços cresceram 9,3%, baixo da inflação.

O índice de inadimplência acima de 90 dias cresce para 3,3% este ano, ante 3% no primeiro trimestre de 2015 e 3,2% no quarto trimestre. A inadimplência de curto prazo, acima de 60 dias, indica alta, com 4,2% até março deste ano, comparada a 3,7% em março de 2015 e 4% em dezembro. O banco aumentou, porém, o índice de cobertura, ou seja, as provisões para perdas, de 180,8% em março do ano passado para 200,1% neste ano.

A carteira de crédito, por sua vez, caiu 3,8% sobre o ano passado, para R$ 248,271 bilhões. Em relação a dezembro de 2015, a queda foi ainda maior, 4,9%. Excluindo o impacto da variação cambial, a queda teria sido maior sobre março do ano passado, 5,4%, e menor sobre dezembro, 3,4%.

O destaque negativo foi a carteira de grandes empresas, que caiu 9,6% em 12 meses, ou 13% sem o impacto da variação do dólar. No primeiro trimestre, a queda foi de 10%, ou 6,7% sem o dólar. Já a carteira de pessoa física cresceu 7,2% em 12 meses e 0,9% no trimestre, puxada principalmente pelo crédito consignado e pelo crédito imobiliário, o que é positivo pois são linhas de menor risco. A carteira de pequenas empresas diminuiu 5,6% em 12 meses e 4,4% no trimestre. O crédito ao consumo caiu 9,6% em 12 meses e 3,6% no trimestre.

Em relatório, o BBInvestimentos considerou os dados do balanço abaixo da média do mercado e projetou preço-alvo de R$ 12 para a ação do banco. Para os analistas Wesley Bernabé, Carlos Daltozo e Kamila Oliveira, do BBI, o lucro da instituição foi inferior às estimativas, mas acima do consenso de mercado. No período, de acordo com eles, o Santander teve seu oitavo avanço de rentabilidade, em nove trimestres.

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