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Bradesco vê estímulo do BC ao crédito como positivo e não revê projeções

O Bradesco avalia que a medida do Banco Central para estimular a concessão de crédito via depósito compulsório é positiva e está “na direção correta, de acordo com o nível de apetite dos bancos”. As palavras são do presidente da entidade, Luiz Carlos Trabuco, que participou hoje de teleconferência com jornalistas para comentar os resultados do banco no segundo trimestre.

No fim da semana passada, o BC anunciou mudanças na regra de recolhimento do depósito compulsório pelos bancos, ampliando o volume de recursos que poderão ser usados na contratação de operações de crédito e na recompra de carteiras diversificadas. As medidas injetarão, segundo o BC, R$ 30 bilhões na economia brasileira.

Segundo Trabuco, o BC tem atuado “com a filosofia de um regulador, sinalizando, direcionando, de olho em todos os dados do sistema”. O executivo vê na autoridade monetária uma atitude de flexibilização que não será “algo pontual, mas capaz de construir uma história positiva”.

Na avaliação do presidente do Bradesco, as medidas macroprudenciais que foram reestruturadas pelo BC na semana passada vieram em linha com o que a instituição já havia sinalizado na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária.

Sem mudanças

Ao comentar os resultados do segundo trimestre, o Bradesco não realizou mudanças em suas projeções para o crescimento da carteira de crédito em 2014. O banco espera um crescimento da concessão de crédito na faixa entre 10% e 14%, em relação ao ano passado. No primeiro trimestre, a projeção era a mesma.

Nem a atual situação de fraqueza da economia brasileira, com um PIB esperado para o ano que pode não chegar a 1%, fez o banco mudar suas projeções. “Quando fizemos nosso orçamento no começo do ano, com os vários cenários possíveis de PIB, incluímos todas essas possibilidades e a faixa estimada que apresentamos se encaixava bem em nosso modelo”, afirmou Trabuco.

Segundo o executivo, porém, é mais provável que o crescimento da carteira de crédito fique na banda inferior da projeção. “Achamos que 10% de expansão é um número possível.”

Crédito

A carteira de crédito expandida do Bradesco teve um crescimento de 0,7% no segundo trimestre, em relação ao período anterior. Na comparação anual, o crescimento foi de 8,1%. Os destaques seguiram sendo as linhas de crédito consignado, com alta de 27% na comparação anual e o crédito imobiliário, que avançou 34,8% em 12 meses.

Inadimplência comportada

Na avaliação de Trabuco, o momento atual do crédito no Brasil não é o de um “ciclo duro”, em que exista “esgotamento na capacidade de pagamento dos clientes”. Portanto, o executivo acredita que a tendência para a inadimplência é a de estar “comportada”, estável, nos próximos trimestres.

O índice de inadimplência do Bradesco, para dívidas acima de 90 dias, teve uma leve alta de 3,4% para 3,5% entre o primeiro e o segundo trimestres. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, contudo, houve queda de 3,7% para 3,5%. “Essa leve alta trimestral não nos preocupa, porque se você olhar o histórico de 12 meses, vê que a inadimplência ainda está em seu nível mais baixo”, afirmou.

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