Arena Especial, Política Econômica

Setor público fecha 2014 com rombo de R$ 32,5 bi, o primeiro desde 2001

O setor público consolidado – governos federal, estaduais, municipais e empresas estatais – apresentou déficit primário (receitas menos despesas, sem considerar o pagamento da dívida) de R$ 32,536 bilhões em 2014. O número equivale a 0,63% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2013, houve um superávit de R$ 91,306 bilhões, ou 1,88% do PIB.

Os dados foram divulgados hoje (30), pelo Banco Central (BC). É a primeira vez desde o início da série histórica do BC, em dezembro de 2001, que o setor público encerra o ano com déficit.

Em dezembro do ano passado, o resultado do setor público consolidado também foi deficitário, em R$ 12,984 bilhões. O superávit primário é a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública e reduzir o endividamento do governo no médio e longo prazos. Os números no mês e no ano ficaram muito acima do esperado pelos analistas. A estimativa da consultoria MCM para o número era de um déficit de R$ 2 bilhões.

A maior parte do déficit no ano foi do Governo Central – Tesouro, Banco Central e Previdência –, que registrou saldo negativo de R$ 20,472 bilhões. Os governos estaduais tiveram déficit de R$ 13,246 bilhões e os municipais, superávit de R$5,455 bilhões. Já as empresas estatais, excluídos os grupos Petrobras e Eletrobras, registraram déficit primário de R$ 4,274 bilhões.

Déficit total de 6,07% do PIB

Os gastos com os juros que incidem sobre a dívida chegaram a R$ 311,4 bilhões, em 2014, 6,07% do Produto Interno Bruto (PIB) – soma dos bens e serviços produzidos em um país –, contra R$ 248,9 bilhões, ou 5,14% do PIB em 2013. Com isso, o déficit nominal, formado pelo resultado primário mais as despesas com juros, ficou em R$ 343,9 bilhões no ano passado, ou 6,7% do PIB, o dobro dos R$ 157,6 bilhões, ou 3,25% do PIB, de 2013.

Ajuste difícil

Os números de 2014 mostram que o que vai contar este ano é mais a direção da política fiscal do que meta de superávit primário de 1,2% do PIB, afirma o Banco Fator. Ou seja, o banco, assim como a maior parte do mercado, não acreditam que o governo vai conseguir atingir a meta, mas se contenta com o esforço da equipe do ministro Joaquim Levy em perseguir uma maior organização das contas públicas. Segundo o Fator, além da incerteza sobre a aprovação integral das medidas propostas para a desaceleração das despesas trabalhistas e previdenciárias, há a preocupação com a arrecadação do governo em um ambiente recessivo.

Com informações da Agência Brasil.

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