O Índice Bovespa chegou a ficar acima dos 61 mil pontos no pregão de hoje, algo que não acontecia desde janeiro de 2013. O motivo para tamanho bom humor no mercado foram as pesquisas de intenção de voto divulgadas entre ontem e hoje, mostrando que a candidata do PSB, Marina Silva, é capaz de bater a presidente Dilma Rousseff, do PT, em um eventual segundo turno.
No pregão de hoje, o Ibovespa fechou em alta de 1,89%, aos 60.950 pontos. É o maior nível desde 24 de janeiro de 2013, quando o índice registrou 61.169 pontos. O volume negociado na sessão de hoje foi de R$ 10,76 bilhões, bem acima do volume médio recente, em torno de R$ 7 bilhões.
Ibope e CNT/MDA
As pesquisas de intenção de voto divulgadas ontem (Ibope) e hoje (CNT/MDA) confirmaram o mesmo cenário: Marina está à frente de Aécio Neves, do PSB, e tem maiores chances de chegar ao segundo turno, junto com a candidata do PT.
A pesquisa CNT/MDA mostrou que a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, tem 34,2% das intenções de voto. Marina Silva, do PSB, aparece com 28,2% e Aécio Neves, do PSDB, com 16%. Em um eventual segundo turno entre Dilma e Marina, a candidata do PSB venceria a petista por 43,7% contra 37,8%.
O levantamento do Ibope trouxe cenário semelhante. Marina aparece no primeiro turno com 29% das intenções de voto, 10 pontos acima de Aécio, que tem 19%, e 5 pontos abaixo de Dilma, que tem 34% dos votos. No segundo turno, Marina aparece com 45% das intenções de voto, 9 pontos percentuais acima de Dilma, que teria 36%.
Mercado gostou
Os investidores reagiram com otimismo aos resultados, bem como ao desempenho de Marina no debate entre presidenciáveis realizado ontem pela Rede Bandeirantes. O comportamento da candidata do PSB foi elogiado por comentaristas de política, para os quais Marina não ficou devendo em nada a Aécio e Dilma.
“Kit eleição”
Prova do contentamento do mercado com o atual cenário eleitoral foi que as ações de empresas estatais e dos grandes bancos voltaram a subir forte, impulsionando o Ibovespa. As ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Petrobras fecharam em alta de 4,69% e as preferenciais (PN, com voto) subiram 4,57%.
Eletrobras ON teve alta de 6,52% e as ações PNB da estatal subiram 4,85%. Banco do Brasil ON fechou com 4,67% de valorização. Itaú Unibanco PN subiu 3,02% e as ações ON e PN do Bradesco tiveram alta de 3,15% e 2,64%, respetivamente.
Teles
Acompanhando bancos e estatais na lista das maiores altas do dia, as ações da TIM e da Oi se destacaram, disparando e liderando os ganhos. Os papéis PN da Oi subiram 6,71% e TIM ON teve alta de 11,18%.
Os ganhos dessas ações foram motivados pela notícia de que a Oi contratou o banco de investimentos BTG Pactual para fazer uma proposta de aquisição da participação da Telecom Itália na TIM Participações. Analistas da corretora Concórdia afirmaram que o cenário de consolidação do setor de telecomunicações no Brasil ainda é nebuloso e recomendaram ações da Telefônica, em vez dos papéis das empresas em questão.
Quedas
As maiores quedas do dia, entre os papéis do Ibovespa, foram de MMX ON (-5,49%), Embraer ON (-2,37%), Cielo ON (-1,42%), Vale PNA (-1,41%) e Vale ON (-1,09%).
Bolsas no exterior
Nos Estados Unidos e na Europa, as principais bolsas fecharam sem rumo definido. Na Bolsa de Nova York, o Índice Dow Jones subiu 0,09% e o S&P 500 fechou praticamente estável, com 0,01% de alta. O Índice Nasdaq teve 0,02% de desvalorização. O índice pan-europeu Euro Stoxx 50 caiu 0,10% e o FTSE 100, da Bolsa de Londres, avançou 0,12%. O Índice CAC, da Bolsa de Paris, subiu 0,04% e o DAX, de Frankfurt, teve 0,19% de queda.
Juros e dólar
As taxas de juros projetadas pelos principais contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda, seguindo o movimento do dólar frente ao real. O juro futuro projetado pelos contratos de DI para janeiro de 2015 fechou com taxa de 10,81%, a mesma do ajuste de ontem. Janeiro de 2017 passou de 11,34% para 11,26% e janeiro de 2021, de 11,38% para 11,22%.