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Moody’s: economia e endividamento pressionarão lucros das construtoras

Os lucros das construtoras residenciais deverão permanecer sob pressão nos próximos 18 meses em decorrência de uma economia fraca e da elevada alavancagem (endividamento) do setor, diz em relatório a Moody’s Investors, agência de classificação de risco de crédito.

A vice-presidente assistente de análise da Moody’s, Cristiane Spercel, diz que o crescimento fraco do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil, combinado com a inflação, aumento do endividamento das famílias e o menor potencial de crescimento para preços dos imóveis devem limitar o aumento da lucratividade das incorporadoras brasileiras. “Observamos que o cancelamento de contratos está avançando e o crescimento das vendas está desacelerando, particularmente nos segmentos de renda média e baixa”, acrescentou.

Empresas do setor

Somando-se às pressões no setor está a elevada alavancagem das empresas, resultado da forte expansão da atividade de construção residencial entre 2007 e 2011. A alavancagem de incorporadoras residenciais brasileiras com rating, medida pelo índice de dívida bruta sobre capitalização, alcançou 60,7% ao final de junho, o nível mais elevado entre seus pares do setor de construção civil nas Américas.

Com entregas significativas a serem realizadas ao longo dos próximos meses, as construtoras deverão ser capazes de gerar fluxo de caixa positivo, que poderão utilizar para redução de dívida até o final do próximo ano, desde que evitem estouros de orçamento nos projetos existentes.

Preço do imóveis segue inflação

A Moody’s espera que os preços dos imóveis no Brasil sigam a inflação em 2014. Em algumas áreas do país onde a oferta supera a demanda, os preços poderiam se estabilizar ou até mesmo declinar; no entanto, na medida em que a classe média continua a se expandir no Brasil, ainda há um déficit de residências de cerca de 5,4 milhões de unidades no país para dar suporte à relativa estabilidade de preço dos imóveis.

A agência também afirma que as eleições do próximo ano poderiam alterar as condições para as construtoras. Qualquer mudança adversa na política de habitação no Brasil, após as eleições federais e estaduais em outubro de 2014, poderia afetar as construtoras com elevada exposição aos segmentos de moradia de baixa renda, que dependem da contínua disponibilidade de financiamentos imobiliários e empréstimos de bancos estatais.

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