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Fitch diz que vai monitorar nova equipe econômica para definir rating

Após as eleições, a Fitch Ratings vai monitorar a estratégia do próximo governo brasileiro para impulsionar o crescimento e corrigir alguns desequilíbrios macro que surgiram nos últimos anos, como inflação elevada e maiores déficits fiscal e em conta corrente, informou a agência em relatório divulgado hoje. Por isso, a Fitch diz que vai acompanhar a indicação da equipe econômica do próximo ou próxima presidente e suas propostas para esses problemas.

Segundo a agência, os ajustes nas políticas econômicas serão cruciais para determinar a trajetória do rating soberano brasileiro e sua perspectiva, afirma Shelly Shetty, diretora responsável pelo grupo de análise soberana da Fitch na América Latina.

A Fitch diz que a expectativa é de que a estabilidade política e social “seja sustentada ao longo do processo, com uma transição de poder tranquila, se Aécio Neves for eleito presidente”. E acrescenta que “a próxima administração herdará uma economia que enfrenta múltiplos desafios em termos de baixo crescimento, inflação elevada e desempenho fiscal em deterioração”.

A persistência das revisões de crescimento para baixo, conjugada com incerteza eleitoral e a percepção da erosão na credibilidade das políticas econômicas, levou a uma acentuada queda na confiança dos empresários e dos consumidores, observa a agência. Isso, por sua vez, exacerbou a atual desaceleração, conforme indicado pela contração dos investimentos no segundo trimestre de 2014, diz o relatório.

O fraco desempenho dos investimentos, segundo a Fitch, “destaca os desafios que o Brasil está enfrentando ao efetuar a transição para um modelo de crescimento impulsionado pelos investimentos, o que se torna cada vez mais necessário, tendo em vista as restrições à expansão da renda salarial e do crédito, que sustentaram o consumo privado nos últimos anos”. Nesse cenário, o progresso das reformas estruturais ganhou importância, diz a agência.

“O continuado fraco desempenho econômico significa que há necessidade de reconstituir a confiança e progredir no direção de atenuar as restrições estruturais que estão pressionando o potencial econômico do Brasil, incluindo os gargalos na infraestrutura, o difícil ambiente de negócios e a onerosa carga tributária”, acrescenta Shelly.

Com a melhora na confiança e na recuperação da competitividade dependendo das políticas econômicas do novo governo, a Fitch irá monitorar as indicações da equipe econômica e as medidas propostas pelo presidente eleito para enfrentar esses problemas, diz o relatório.

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