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No Reino Unido, deputada é morta a tiros e facadas e campanha sobre União Europeia é suspensa

A deputada britânica Jo Cox, de 41 anos, uma das jovens líderes do Partido Trabalhista, de oposição, foi morta hoje em um brutal atentado quando se dirigia a um encontro com eleitores, segundo agências internacionais. Ela teria sido esfaqueada e atingida por três tiros, um na cabeça. O autor do atentado seria um homem de 52 anos, preso pela polícia britânica pouco depois. A morte da deputada causou comoção e provocou a suspensão das campanhas contra e a favor da continuidade da Grã-Bretanha na União Europeia. O plebiscito para decidir a questão está marcado para dia 23.  Cox era a favor da continuidade no acordo. O primeiro-ministro David Cameron cancelou a viagem que faria ao território de Gibraltar, defendendo também a interrupção das campanhas.

O jornal The Guardian informou que testemunhas disseram que o atirador teria gritado “Grã-Bretanha primeiro!”, nome de um grupo nacionalista que faz campanha contra a imigração e contra a participação do país na União Europeia. Segundo a Bloomberg, um vídeo no site do grupo mostra integrantes aprendendo técnicas de combate em um campo de treinamento. O grupo, porém, divulgou nota afirmando que “é óbvio que não está envolvido no caso e nem encorajaria esse tipo de atitude”.

Foi o primeiro assassinato de um político britânico desde 1990, quando o Exército Revolucionário Irlandês (IRA) matou o membro do Parlamento Ian Gow.

As últimas pesquisas indicavam 53% de apoio à saída do país da União Europeia, contra 47% dos que defendem sua permanência no acordo. Em outra pesquisa, os que apoiam a saída representavam 45% e os contra a saída, 42%, com 13% de indecisos.

É provável que o brutal assassinato da jovem líder política, se for comprovadamente motivado pela discussão do plebiscito, acabe por influenciar parte da opinião pública britânica, até como reação contra o radicalismo nacionalista. Diante da suspensão das campanhas e do clima de comoção, os mercados financeiros, que vinham em forte baixa, passaram a trabalhar com  a possibilidade de a manutenção do Reino Unido na União Europeia e as bolsas reduziram as perdas.

 

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