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Anefac espera Selic em 11% ao ano e custo mais alto para empréstimos

Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne para discutir a nova taxa de juros da economia, a Selic. Assim como o mercado, a Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) espera por uma estabilidade na taxa, que deve se manter nos atuais 11% ao ano.

O ciclo de elevação da Selic começou em abril do ano passado, quando os juros estavam na mínima histórica de 7,25% ao ano. Desde então, avançaram 3,75 pontos percentuais. Durante os 13 meses desse processo de alta, houve nove elevações seguidas da Selic.

Nesse período, o consumidor sentiu no bolso as elevações do custo dos empréstimos. Um carro que, à vista, custa R$ 25 mil, financiado em 60 meses resultaria em parcelas de R$ 641,38, com 1,54% de taxa mensal com a Selic a 7,25%. Com a Selic atual, a parcela passou a R$ 689,90, um aumento de R$ 48,52. Ao final, o carro que, financiado, sairia por R$ 38.482,90, passa a custar R$ 41.394,26 com a elevação da Selic a 11% ao ano. Um aumento de R$ 2.911,36.

BC deve manter juros em 11% ao ano

O Copom se reúne entre amanhã e quarta-feira, quando deve anunciar a nova taxa Selic. A maior parte do mercado estima que o BC manterá o juro básico nos atuais 11%. Como previsto pelo banco em seu primeiro relatório trimestral do ano, divulgado em fevereiro, além de as pressões inflacionárias ainda serem uma preocupação, o documento afirmava que o ajuste dos juros não iria muito longe.

Miguel José Ribeiro de Oliveira, Diretor Executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac, destaca que é possível que, mesmo em um ambiente de elevação da taxa básica de juros, algumas instituições financeiras possam manter inalteradas as suas taxas de juros das operações de crédito. Isso se dá “por conta da maior competição no sistema financeiro após os bancos públicos reduzirem mais fortemente suas taxas de juros bem como as últimas medidas anunciadas pelo BC em julho e em agosto, de redução dos depósitos compulsórios das instituições financeiras”.

Na semana passada, Itaú, Santander e Caixa Econômica Federal anunciaram reduções nos juros para o financiamento de carros novos, aproveitando a redução dos compulsórios pelo BC.

A taxa média de juros do mercado dos empréstimos para pessoa física atualmente é de 6,05% ao mês e de 102,32% ao ano. Em março de 2013, com a Selic a 7,25% ao ano, a taxa mensal era de 5,42% e a anual, de 88,47%. Considerando todas as taxas para pessoa física cobradas pelo mercado, nesse período, a média da taxa mensal passou por uma alta de 11,52% e da anual, de 15,66%.

Geladeira fica R$ 72 mais cara

Um consumidor que desejasse financiar em 12 meses uma geladeira nova, que, à vista, custa R$ 1.500,00, com a taxa Selic a 7,25%, pagaria parcelas de R$ 160,01, com taxa de 4,02% ao mês. A geladeira, ao final das 12 parcelas, sairia por R$ 1.920,17.

Com a taxa Selic no patamar atual, a parcela da geladeira passaria a ser de R$ 166,01, 4,66% ao mês. No final, o consumidor teria gasto R$ 1.992,10.

Com a elevação da taxa, o valor da parcela aumentou R$ 5,99. Já o valor final da geladeira aumentou R$ 71,94.

Juro do cartão de crédito

A utilização de R$ 3 mil no rotativo do cartão de crédito por 30 dias, com a taxa Selic em 7,25%, tinha uma taxa mensal de 9,37%, ou R$ 281,10. Depois de a Selic ter subido para 11%, o juro mensal do cartão passou a 10,70%, ou R$ 321,00, o que significa uma elevação de R$ 39,90 no valor dos juros cobrados.

 

Tabela-Anefac

 

Fonte: Anefac

 

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