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Dez empresas que poderão ter resultados turbinados pela queda do dólar

Levantamento da consultoria Economática mostra que empresas brasileiras com parcela significativa de sua dívida denominada em dólares poderão ter ganho financeiro e melhorar seus resultados no segundo trimestre, período em que o dólar comercial acumulou 2,67% de queda frente ao real.

O estudo considera que 100% da dívida em moeda estrangeira das empresas foi contraída em dólares, e que as companhias analisadas mantiveram constante, ao longo do segundo trimestre, o estoque de dívida registrado no fim do período anterior. A análise também não leva em conta nenhum tipo de cobertura cambial que as empresas possam ter feito.

O estudo foi feito apenas com empresas que publicaram os seus dados de dívida em moeda estrangeira no ITR de março. Por isso, grandes empresas, como Petrobras, Vale e Gerdau não estão na amostra, que abrangeu 112 empresas com algum valor de dívida em moeda estrangeira.

Segundo os números, a JBS é a companhia que mais deve se beneficiar da queda do dólar frente ao real. No fim do primeiro trimestre, a dívida em moeda estrangeira da empresa era de R$ 15,54 bilhões. A dívida em moeda estrangeira da companhia no período equivalia a 48% do total do estoque da dívida bruta. Desse volume, 32,9% eram de dívidas de curto prazo.

Levadas em conta as premissas do estudo, com uma desvalorização de 2,67% do dólar frente ao real, no segundo trimestre, a dívida em moeda estrangeira da JBS passa a ser de R$ 15,12 bilhões. Nesse caso, o ganho financeiro foi de R$ 415,49 milhões.

O lucro operacional da JBS no primeiro trimestre de 2014 foi de R$ 1,12 bilhão. O levantamento da Economática mostra que, se a empresa repetir esse desempenho no segundo trimestre, ela poderá ter o seu resultado turbinado pelo ganho financeiro devido à variação cambial R$ 415,49 milhões, ou seja, uma alta de 36,8% na comparação com o primeiro trimestre.

Parte desse ganho, porém, pode ser anulado se a empresa tiver feito proteção contra a alta do dólar. Nesse caso, o hedge teria efeito contrário, daria prejuízo para a empresa por conta do recuo da moeda americana.

Confira abaixo as 10 empresas que podem ter mais benefício pela desvalorização do dólar no segundo trimestre:

Empresa Dívida em 31/03* Dívida em 31/06*
JBS 15,54 15,12
Oi 14,16 13,78
Eletrobras 10,58 10,29
Suzano Papel 6,96 6,77
Fibria 5,91 5,76
BRF SA 5,90 5,74
Dufry Ag 5,18 5,05
Sabesp 3,70 3,60
Embraer 3,50 3,40
OSX Brasil 3,17 3,09

 *Dívida financeira em moeda estrangeira em R$ bilhões (Fonte: Economática)

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