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Compra da GVT pela Telefônica supera R$ 22 bi e é um dos maiores negócios do país

A Telefónica e a francesa Vivendi, assinaram os termos definitivos da compra da brasileira GVT pelo grupo espanhol por US$ 9,3 bilhões, ou R$ 22 bilhões. A operação havia sido anunciada em 28 de agosto. Será uma das maiores fusões no país nos últimos oito anos e o maior investimento estrangeiro em ativos brasileiros desde a década de 1990. Basta lembrar que a privatização das empresas de telefonia em 1998 movimentou um valor praticamente igual, R$ 22,058 bilhões, em valores da época. A Vivendi receberá € 4,66 bilhões em dinheiro, mais uma fatia de 7,4% do capital da brasileira Telefônica Vivo, equivalente a € 2 bilhões pelo fechamento do pregão de quarta-feira, e mais uma participação de 5,7% na Telecom Itália, avaliada na bolsa em € 1 bilhão.

Os números mostram o interesse do grupo espanhol em aumentar sua participação no mercado brasileiro. A operação também resolve o problema da Telefónica diante das autoridades brasileiras, já que era acionista em duas empresas grandes locais, a Telefônica Vivo e a Telecom Itália (Tim). Agora, esse problema passa a ser da Vivendi, que terá participação nas duas companhias, mas minoritária.

A fatia em ações da Vivendi somará 12% do capital social da Telefônica Brasil – após a incorporação da GVT. Ainda segundo o comunicado, no âmbito do controlador, a Telefónica Espanha receberá 4,5% das ações ordinárias e 0,7% das preferências que a Vivendi obtiver da Telefônica Brasil, em troca de 5,7% do capital social da Telecom Itália.

A operação foi considerada positiva em alguns pontos pelos analistas Karina Freitas, Daniela Martins e Danilo de Julio, da Concórdia Corretora. O primeiro seria que não houve uma disputa pela GVT, que poderia aumentar demais o valor do investimento. “Lembrando que a companhia havia feito uma proposta inicial em 5 de agosto que foi alvo de contraproposta da operadora italiana e levou a Telefônica a aumentar sua oferta, poucas semanas depois”, diz relatório enviado aos clientes da Concórdia.

Outra questão será o fato de a empresa conseguir expandir suas operações no segmento fixo fora do mercado paulista e por meio de uma operação de reconhecida qualidade de infraestrutura. “Adicionalmente, o negócio deve apaziguar um ‘problema’ que o controlador (Telefónica) havia iniciado, quando decidiu elevar sua fatia no capital da Telecom Itália (indiretamente na TIM), o que gerou questionamentos junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE)”, observa a corretora. A Concórdia diz que segue com avaliação favorável para as ações PN da Telefônica Vivo (VIVT4) “para investidores que busquem remuneração em proventos, ficando a ressalva do processo de diluição dos acionistas minoritários”, conclui o relatório.

A ação preferencial da Telefonica Vivo caía 0,31% na BM&FBovespa às 16 horas. Já o papel ordinário da Tim recuava 3,11%.

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