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Bendine diz que aumento de capital da Petrobras “está totalmente descartado”

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou hoje, durante entrevista para detalhar o novo Plano de Negócios da empresa para os próximos quatro anos, que uma eventual operação de aumento de capital com emissão de ações da empresa está “totalmente descartada” após os ajustes feitos nos investimentos futuros. “Uma capitalização está totalmente descartada, não passa pela realidade da empresa”, disse Bendine. O plano reduz em 37% os investimentos da companhia nos próximos quatro anos, o que levou a uma redução de 30% na estimativa de produção da empresa em 2019.

A capitalização seria uma das opções do governo para equilibrar as contas da Petrobras, que se encontra altamente endividada por conta da queda nas receitas devido ao controle de preços dos combustíveis e pelos elevados compromissos com investimentos do pré-sal. O receio do mercado é que uma capitalização diluísse ainda mais os acionistas minoritários, com o governo convertendo parte dos empréstimos feitos pelo BNDES e por bancos públicos em ações. “Capitalização, não tem no horizonte”, disse.

Bendine afirmou também que a empresa não incluiu no orçamento dos próximos anos recursos para compra de novas áreas de exploração. Ele explicou que, dependendo do projeto, a empresa pode buscar financiamentos no mercado, mas não há no horizonte leilões do pré-sal, que seriam de maior interesse da empresa. “Há uma discussão sobre o modelo de concessão também e o Estado não anunciou ainda novos leilões do pré-sal, então não temos possibilidade de um leilão do pré-sal no curto e médio prazo”, disse. Ele se refere ao projeto do senador Jose Serra (PSDB-SP), que propõe que a Petrobras não seja obrigada a participar com 30% em todos os projetos de exploração no país.

O presidente da Petrobras disse que as mudanças no plano estratégico são necessárias pela forte mudança nas variáveis do cenário, especialmente nos preços do petróleo, que caíram de mais de US$ 100 por barril para US$ 60. Ele disse ainda que a empresa não vai comentar os planos de vendas de ativos previstos no orçamento. “Vamos nos fechar sobre o plano de desinvestimento e os negócios que surgirem serão levados ao Conselho para uma decisão”, afirmou, pedindo para que os boatos de vendas de subsidiárias sejam vistos com cautela. Um dos comentários é que a Petrobras venderá parte do capital da subsidiária BR Distribuidora, que abriria seu capital no mercado.

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