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Investimentos caíram 4,4% em 2014, pior resultado desde 1999, e puxaram PIB para baixo

Os investimentos no país tiveram queda de 4,4% em 2014, segundo dados das Contas Nacionais, divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o pior desempenho do segmento desde 1999, quando havia sido registrada queda de 8,9%. Em 2013, os investimentos tinham crescido 6,1%.  O dado é preocupante pois o crescimento futuro da economia depende da taxa de investimentos. A economia brasileira  teve crescimento de 0,1% em 2014, o pior resultado desde 2009, quando houve queda de 0,2%. A taxa de poupança no país em relação ao PIB, outro dado importante para o crescimento futuro, caiu de 17% em 2013 para 15,8% em 2014.

Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, a queda dos investimentos foi provocada pelo recuo na produção interna e de máquinas e equipamentos e pelo desempenho negativo da construção civil. A taxa de investimento sobre o Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 19,7%, inferior à de 2013, quando registrou 20,5%.

No quarto trimestre, o PIB teve crescimento de 0,3% na comparação com o terceiro trimestre de 2014. Na comparação com o último trimestre de 2013, o PIB teve queda de 0,2%.

Consumo, pior desde 2003

O consumo das famílias teve crescimento de 0,9% no ano. É o pior desempenho do segmento desde 2003, ano em que o consumo caiu 0,7%. “A massa salarial continua crescendo. Por outro lado, o crédito não está mais crescendo em termos reais, a Selic [taxa básica de juros] teve aumento e a inflação em 2014 foi mais alta do que em 2013”, disse Rebeca.

O consumo do governo teve o melhor desempenho entre os segmentos da demanda, com alta de 1,3%. Mesmo assim, esse foi o pior desempenho do consumo da administração pública desde 2000, quando houve queda de 0,2%.

Serviços tem pior resultado desde 1996

O setor de serviços teve o menor crescimento da série histórica do IBGE, iniciada em 1996. Com alta de 0,7%, os serviços foram essenciais para garantir o crescimento de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. No entanto, esse crescimento de 0,7% foi inferior, por exemplo, ao observado pelo segmento em 2013 (2,5%).

Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o crescimento moderado dos serviços foi provocado pela queda da produção na indústria e pelo crescimento, também em ritmo mais moderado, do consumo das famílias.

“Uma parte grande dos serviços vai especificamente para as famílias e outra parte grande, para a indústria. Na parte de despesa pessoal, até pelos preços terem aumentado muito, houve queda no consumo desses serviços. Logo, a produção desses serviços também caiu. Além disso, serviços mais ligados à indústria da transformação – como o transporte de carga e o comércio atacadista – tiveram queda no ano”, disse.

Indústria, pior desde 2009

Com queda de 1,2% no ano, a indústria teve o pior desempenho desde 2009 (-4,8%), recuo puxado principalmente pela queda de 3,8% da indústria da transformação. Entre os destaques negativos desse segmento da indústria estão a indústria automotiva, máquinas e equipamentos, aparelhos elétricos e produtos de metal.

Outro segmento da indústria, a construção, também teve queda. O recuo de 2,6% desse setor foi o pior desde 2003 (-8,9%). Segundo Rebeca Palis, o desempenho mais fraco da infraestrutura em 2014 foi o que mais afetou negativamente a construção.

PIB per capta caiu 0,7% no fim de 2013

O Produto Interno Bruto (PIB) per capita brasileiro caiu 0,7% na passagem de 2013 para 2014. O PIB per capita é um cálculo que leva em consideração o tamanho da economia brasileira em relação à população.

O PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 0,1%, mas como a população brasileira teve um crescimento maior que o da economia, o PIB per capita acabou tendo desempenho negativo, fechando 2014 em um valor de R$ 27.229.

Os dados foram divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando a nova metodologia internacional adotada pelo instituto. Em 2013, o PIB per capita havia crescido 1,8% em relação a 2012.

O Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, teve crescimento de 0,3% no quarto trimestre de 2014 em comparação ao terceiro. Os dados das Contas Nacionais foram divulgados hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação, a agropecuária teve crescimento de 1,8%, enquanto os serviços tiveram alta de 0,3%. A indústria caiu 0,1% no período.

Na análise dos subsetores da economia, as maiores altas foram observadas nos segmentos de produção e distribuição de eletricidade, gás e água (1,8%), agropecuária (1,8%), serviços de informação (1,4%), intermediação financeira, previdência complementar e serviços relacionados (1,3%), outros serviços (1%) e construção civil (0,9%).

Sob a ótica da demanda, a despesa de consumo das famílias cresceu 1,1%. Por outro lado, houve queda nos investimentos (-0,4%) e no consumo do governo (-0,6%). As exportações caíram 12,3% e as importações, 5,5%.

Na comparação do quarto trimestre de 2014 com o mesmo período de 2013, no entanto, houve recuo de 0,2%.

As informações são da Agência Brasil.

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