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Fechamento de vagas desacelera, mas acumula 378 mil no ano e 1,8 milhão em 12 meses

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) relativos a abril, divulgados na quarta-feira pelo Ministério do Trabalho, apontam recuo no ritmo de fechamento de vagas de trabalho no país. O fechamento de 62.844 postos de trabalho com carteira assinada no mês foi o menor resultado negativo desde abril de 2015. No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, porém, o país perdeu 378.481 empregos formais.

Nos últimos 12 meses, já foram reduzidas 1.825.609 de vagas formais. Os números levam em conta a diferença entre demissões e contratações. Quase todos os setores da economia demitiram mais do que contrataram. Em abril, o país registra 39,315 milhões de trabalhadores com carteira de trabalho assinada.

Metade de março

“Esse número (de abril) foi quase 30% menor que o de abril de 2015. Quando a gente pega esse mês de abril [menos 62.844 vagas] e compara com o mês anterior [diminuição de 118.776 vagas], vê que esse número é menor ainda, o saldo líquido é praticamente a metade. O que a gente observa nos setores [da economia] é que quase todos apresentaram um arrefecimento dos níveis de queda”, disse o secretário substituto de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho, Márcio Borges.

Segundo Márcio Borges, os dados apontam para “uma desaceleração do nível de queda no quadro de desemprego”. “Quando a gente olha os setores, percebemos que aqueles que estão negativos, praticamente todos apresentam números menores que o mês de março de 2016”.

A tendência de redução das demissões acompanha os sinais de recuperação de alguns setores, que já bateram no fundo do poço e começam a retomar a produção após a queda dos estoques, explica Caio Megale, economista do Itaú Unibanco. Ele espera, porém, que a taxa de desemprego continue subindo, uma vez que outros setores ainda estão começando a entrar na pior fase da recessão.

Agricultura segura contratações

A agricultura foi o setor com maior geração de empregos, com 8.051 novos postos, um aumento de 0,52%, principalmente por razões ligadas à sazonalidade das atividades de cultivo do café e da cana-de-açúcar. A administração pública ficou em segundo lugar, gerando 2.255 postos.

O setor de comércio foi o líder no fechamento de vagas em abril deste ano, com 30.507 demissões – seguido pela construção civil, que registrou 16.036 vagas fechadas.

Estados

O estado de São Paulo respondeu pela criação de 1.256 postos. Em todo o país, apenas seis estados registraram aumento do emprego formal em abril deste ano: Goiás (5.170), Minas Gerais (3.886); Distrito Federal (1.202); Mato Grosso do Sul (919); Espírito Santo (466) e Amapá (50).

“O Centro-Oeste apresenta número positivo, apenas com Mato Grosso com número negativo. Em especial, chama atenção o estado de Goiás, com saldos positivos na indústria de transformação – química, construção civil e o setor de serviços e também agropecuária com números positivos de contratações”, diz Borges.

O pior resultado por região foi no Nordeste, com 25.992 postos de trabalho fechados.

As informações são da Agência Brasil.

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