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Brasil perde 118,8 mil vagas de trabalho em março, pior número em 25 anos, mostra Caged

O Brasil teve a maior perda de vagas formais para meses de março em 25 anos, segundo dados divulgados hoje pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. No mês passado, o país fechou 118.776 postos de trabalho com carteira assinada. O número ficou acima do esperado pelo mercado, que estimava -95 mil vagas. A consultoria MCM trabalhava com 80 mil vagas a menos. É o primeiro saldo negativo para o mês desde o início da série histórica, iniciada em 1999. Em março do ano passado, haviam sido criadas 19,3 mil vagas.

Nos últimos 12 meses, já foram suprimidas 1.853.076 milhões de vagas formais. Os números levam em conta a diferença entre demissões e contratações. Quase todos os setores da economia demitiram mais do que contrataram. A exceção foi a administração pública, com 4,3 mil vagas a mais no mês.

Os números reforçam os dados divulgados pelo IBGE na sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, na quarta-feira, que mostraram que a taxa de desemprego no trimestre encerrado em fevereiro ficou em 10,2%. Segundo o IBGE, há hoje no país 10,4 milhões de pessoas sem ocupação. E a tendência ainda não é de melhora, como mostrou hoje o IBC-Br calculado pelo Banco Central (BC), que serve de prévia do PIB e que caiu em fevereiro pelo 14º mês seguido.

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Fonte: MCM

Maioria

O comércio e a indústria de transformação fecharam o maior número de vagas, respectivamente, 41.978 e 24.856. Em terceiro lugar, vem a construção civil, com supressão de 24.184 vagas.

Os estados que mais fecharam postos de trabalho em fevereiro foram São Paulo (-32.616 vagas), Rio de Janeiro (-13.741) e Pernambuco (-11.383). Apenas quatro estados contrataram mais que demitiram: Rio Grande do Sul (4.803 vagas criadas), Goiás (3.331), Roraima (220) e Mato Grosso do Sul (187 postos criados).

Salário de admissão cai e de demissão sobe

O salário médio real de admissão caiu 1,4% em março sobre o mesmo mês do ano passado, ante -1,6% em fevereiro. A maior contribuição para a queda real dos rendimentos veio também de serviços, afirma a MCM. Já o salário real de demissão subiu 1,7% em relação ao mesmo mês de 2015, sugerindo que os trabalhadores com maiores salários têm sido demitidos.

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Fonte: MCM

MCM: deterioração do emprego e salários vai continuar

Embora a magnitude da queda de vagas tenha sido menor em março do que em fevereiro, a MCM destaca que os dados do Caged seguem mostrando uma intensa deterioração do emprego formal, disseminada entre os setores. A novidade dos dados de março está na elevação marginal das admissões e demissões, indicando ligeira elevação da rotatividade de mão de obra. Ainda assim, diz a consultoria, na ausência de um movimento de recuperação da atividade econômica, não é esperada uma reversão no quadro de destruição de vagas formais de trabalho.

O salário de admissão deve continuar recuando em fase das contratações de remuneração mais baixa por parte das empresas e do reduzido poder de barganha dos trabalhadores, que por sua vez atenuará as pressões inflacionárias vindas do mercado de trabalho.

Divulgado desde 1992, o Caged registra as contratações e as demissões em empregos com carteira assinada com base em declarações enviadas pelos empregadores ao Ministério do Trabalho.

Com informações são da Agência Brasil.

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