Os fundos mais conservadores, os DI, que seguem os juros diários do mercado, lideraram as aplicações em junho, com uma média de 1,08%, acima do referencial do juro privado no período, o CDI, que acumulou 1,01%, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Esse rendimento é médio e vai variar de acordo com o tipo de fundo e a taxa de administração cobrada em cada carteira de cada banco. O ganho líquido, descontando um imposto de renda de 15%, equivalente a uma aplicação de dois anos, ficaria em 0,92%, acima da poupança, que rendeu 0,68% em junho.
Os fundos DI foram beneficiados pela alta da Selic durante o mês. Já os fundos renda fixa índices, que aplicam em papéis do Tesouro corrigidos pela inflação, as NTN-B, sofreram com a alta dos juros desses papéis. Esses fundos acumularam perda média de 0,16%em junho, após os sinais de que o Banco Central (BC) será mais duro com a Selic para fazer a inflação do IPCA no ano que vem convergir dos 5,5% projetados pelo mercado para o centro da meta, 4,5%.
O BC quer também evitar que a alta dos preços deste ano, estimada em 9%, seja repassada para os demais preços da economia, em especial os salários. E há alta do dólar também, que pode contaminar os preços. Com isso, os juros para 2035 voltaram a ultrapassar os 6% ao ano, fechando o mês em 6,09% além do IPCA. Os papéis prefixados, as LTN, também subiram, fechando o mês pagando 13,28% para 2018. Com isso, a NTN-B 2035 Principal teve de ajustar seu preço para baixo e perdeu 4,90% em junho, impactando os renda fixa índices, que tinham papéis antigos com juros mais baixos em sua carteira e que também perderam valor. Já a LTN 2018 perdeu 0,43% com o ajuste após a alta das taxas pré.
Os ativos cambiais, por sua vez, fecharam junho em queda. O dólar comercial encerrou o mês vendido a R$ 3,11, em baixa de 2,42%, enquanto o dólar turismo, vendido a R$ 3,29, perdeu 2,37%. O ouro, que sofre a influência do preço no exterior e do dólar aqui, fechou em queda de 2,47%, negociado a R$ 118,89 o grama na BM&FBovespa.
Na bolsa, o Índice Bovespa encerrou o mês com pequena alta, de 0,61%, com as idas e vindas dos bancos, Petrobras e da Vale. Itaú Unibanco PN (preferencial, sem voto), papel de maior peso no Ibovespa, fechou junho em queda de 0,28%, enquanto Bradesco PN subiu 1,77%. Ambev ON (ordinário, com voto), segundo maior peso no índice, subiu 4,37% no mês. Já Petrobras PN ganhou 3,08%,enquanto Vale PNA recuou 7,04%.
A poupança segue atrás dos rendimentos médios dos fundos, tanto dos renda fixa quanto dos DI, no mês e no ano.
No acumulado de 2015, o dólar e o ouro seguem imbatíveis, com 16,83% e 17,25%, respectivamente. Os renda fixa índice vêm em seguida, com 6,64%, seguidos dos renda fixa tradicionais, que misturam papéis pré e pós-fixados. Esses fundos refletem os ganhos acumulados pelas NTN-B, como a 2035, que rende 10,61% no ano, e pelas LTN, com 4,85% no ano no caso do papel que vence em 2018.
O Ibovespa aparece perto dos fundos, com 6,15% acumulados em 2015, enquanto a poupança segue na lanterna no ano, com ganho de 3,70%, inferior à inflação do IGP-M, de 4,33%.
Confira abaixo as rentabilidades e o desempenho dos ativos em junho e no acumulado do ano. Os rendimentos dos fundos são estimativas projetadas com base nas cotas divulgadas até dia 25 de junho.
Rentabilidades | no mês | |||
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Aplicação | Junho | Ano | Liq mês | Liq. Ano |
Fundo DI | 1,08 | 6,01 | 0,92 | 5,11 |
Fundo C. Prazo | 1,06 | 5,89 | 0,85 | 4,71 |
Fundo RF Cred.Priv. | 1,04 | 6,17 | 0,88 | 5,24 |
CDI | 1,01 | 5,87 | 0,86 | 4,99 |
Fundo RF | 0,93 | 6,53 | 0,79 | 5,55 |
Poupança 1 | 0,68 | 3,70 | 0,68 | 3,70 |
Poupança 2 | 0,68 | 3,70 | 0,68 | 3,70 |
IGP-M | 0,67 | 4,33 | 0,67 | 4,33 |
Ibovespa | 0,61 | 6,15 | 0,61 | 6,15 |
Fundo RF Índice | -0,16 | 6,64 | -0,14 | 5,64 |
Dólar Comercial | -2,42 | 16,83 | -2,42 | 16,83 |
Ouro | -2,47 | 17,25 | -2,47 | 17,25 |
Rentabilidades | 2015 | (%) | ||
---|---|---|---|---|
Aplicação | Mês | Ano | Liq mês | Liq. Ano |
Ouro | -2,47 | 17,25 | -2,47 | 17,25 |
Dólar Comercial | -2,42 | 16,83 | -2,42 | 16,83 |
Fundo RF Índice | -0,16 | 6,64 | -0,14 | 5,64 |
Fundo RF | 0,93 | 6,53 | 0,79 | 5,55 |
Fundo RF Cred.Priv. | 1,04 | 6,17 | 0,88 | 5,24 |
Ibovespa | 0,61 | 6,15 | 0,61 | 6,15 |
Fundo DI | 1,08 | 6,01 | 0,92 | 5,11 |
Fundo C. Prazo | 1,06 | 5,89 | 0,85 | 4,71 |
CDI | 1,01 | 5,87 | 0,86 | 4,99 |
IGP-M | 0,67 | 4,33 | 0,67 | 4,33 |
Poupança 1 | 0,68 | 3,70 | 0,68 | 3,70 |
Poupança 2 | 0,68 | 3,70 | 0,68 | 3,70 |
Fonte: BC, Anbima, FGV, Cetip, Lopes Filho, CMA, BM&FBovespa. O rendimento dos fundos foi projetado pela Anbima, com base em dados até dia 25. Poupança 1 são depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012, seguindo a nova fórmula de remuneração da caderneta. Poupança 2 são depósitos feitos antes de 4 de maio, que seguiram rendendo 0,5% ao mês mais TR. O imposto de renda descontado dos fundos e do CDI equivale a 15%, referente a aplicações com mais de 2 anos de prazo, com exceção dos fundos curto prazo, cujo desconto foi de 20% do rendimento bruto. Dólar, Ibovespa e ouro não sofreram desconto de imposto. O ouro ativo financeiro é isento de IR para pessoas físicas.