Ações na Arena, Corretoras

Com sinal verde do BC, UBS terá banco e pode comprar privates e gestora no Brasil

O UBS conseguiu finalmente, depois de dois anos e meio, sinal verde para reabrir seu banco no Brasil. O banco suíço foi autorizado a comprar a corretora brasileira Link Investimentos, dos irmãos Mendonça de Barros, filhos do ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros. A Link é a maior corretora de derivativos na BM&FBovespa.

A compra da Link, com assinatura de contratos e pagamentos aos sócios, deverá ser concluída até o fim deste mês, explica Lywal Salles, diretor-presidente do Grupo UBS no Brasil. A partir dessa formalização, as estruturas serão integradas e os funcionários da corretora vão se mudar para o prédio do UBS na Avenida Faria Lima, novo centro financeiro paulistano, onde a área de private banking e mercado de capitais já vinha funcionando.

Banco sai em algums meses

O passo seguinte será aguardar a autorização do Banco Central para o pedido de abertura do banco no Brasil, explica Salles. O processo de abertura da empresa e as autorizações, espera ele, deverão levar alguns meses. “Acho que daqui a uns quatro ou cinco meses poderemos começar a operar o banco no Brasil”, diz o executivo. O banco se chamará UBS Brasil Banco de Investimentos S/A.

A instituição será comandada por Salles e terá Edinardo Figueiredo na área de gestão de fortunas. Carolina Lacerda cuidará do banco de investimentos. Já Daniel Mendonça de Barros será responsável pela UBS Corretora e pela área de análise de empresas. Marcelo Mendonça de Barros cuidará da parte operacional do banco e Norberto Giangrande, outro sócio da Link, da área de novos negócios.

O UBS Brasil já começa com uma carteira de R$ 4 bilhões em ativos de private banking captados no ano passado, e a ideia é ampliar esse número para R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões este ano, afirma Salles. Sua meta é chegar a R$ 10 bilhões, volume que ele considera o necessário para a manutenção de um private no Brasil. O alvo do UBS são clientes ultra high networth, ou seja, ultra-ricos, com mais de R$ 10 milhões para investir.

Compras interessam

Entre os planos para crescer, está a compra de outras carteiras de outras instituições, admite Salles. “Estudamos crescer também inorganicamente, olhamos no ano passado e quase levamos o private do BNP Paribas, que depois desistiu da venda”, afirma. Segundo o presidente do UBS no Brasil, este ano deve ser marcado por muitas reestruturações e ajustes no mercado, especialmente de bancos estrangeiros, e podem surgir oportunidades de compra de carteiras de alta renda.

Outra oportunidade pode ser a compra de uma gestora. Salles diz que continua negociando com alguns nomes do mercado. “Estamos interessados em ter uma gestora e seguimos conversando”, diz, sem revelar nomes. Uma das citadas pelo mercado como alvo do UBS seria a carioca JGP.

Salles diz que o UBS tem muito potencial para crescer no Brasil. Ele lembra que a instituição é uma das mais antigas do mundo na gestão de fortunas, com 150 anos de história em private banking. “Além disso, somos um dos bancos globais mais capitalizados do mundo, nosso índice de Basileia é de 18%”, afirma.

Uma consequência da compra da Link é que os antigos sócios passam a ter um acordo de não competição com o UBS, o que os obrigaria a se desfazer da corretora Octo, que abriram para continuar com o negócio de varejo, que não interessou aos suíços. A Octo é dona do home broker Rico que, admite Salles, não competiria diretamente com o UBS por ter um público mais voltado para o varejo.

 

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