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Dólar sobe e juros seguem sem definição, de olho no Copom

No mercado de câmbio, o dólar comercial está em ligeira alta, de 0,11% nesta manhã, vendido a R$ 2,51. No mercado turismo, a moeda sobe 0,37%, para R$ 2,68 para venda. O mercado segue na expectativa do anúncio da equipe econômica e das primeiras indicações de medidas nas áreas fiscal e monetária. O volume, porém, tende a ser baixo hoje, por conta do feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, que fechou os mercados.

Os juros futuros na BM&FBovespa, por sua vez, não seguem uma tendência única. O mercado está novamente dividido sobre o ritmo de aumento dos juros básicos na economia, diz Jayro Rezende, da CGD Corretora. “Várias casas passaram a apostar em um aumento dos juros de 0,5 ponto percentual na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) neste mês e isso elevou os juros projetados no curto prazo”, explica. Na última reunião, o Copom surpreendeu ao subir a Selic em 0,25 ponto, para 11,25% ao ano.

Até a semana passada, a unanimidade era que os ajustes seriam de 0,25 ponto. Depois, algumas casas, como o Itaú e a Goldman Sachs passaram a estimar aumentos de 0,5 ponto.

Além disso, subiram as taxas para o ano que vem, com a estimativa que o juro pode subir além dos 12% previstos. Casas como o Credit Suisse trabalham com a Selic a 13% ao ano no ano que vem, enquanto o Itaú estima 12,5%. “Acho um pouco exagerado, mesmo os 12,5% que muita gente projeta podem ser altos demais”, diz o executivo.

Para Rezende, a expectativa é que a nova equipe, formada por Joaquim Levy na Fazenda e Nelson Barbosa no Planejamento, dará maior ênfase ao ajuste fiscal do que ao uso dos juros para combater a inflação e controlar as expectativas. “A parte fiscal vai fazer a maior parte do trabalho”, diz o executivo, que acredita que o Copom possa até dar um ajuste maior, de 0,5 ponto, na próxima reunião. “Mas não creio que esse aumento total vai além dos 12% até o ano que vem, o ciclo de alta deve ser mais curto”, diz.

Com isso, os juros futuros mais curtos, que hoje já incluem aumentos maiores, podem recuar ao longo dos próximos meses. Já as taxas mais longas, que já recuaram, podem cair mais com a expectativa dos ajustes. “Mas a continuidade da queda vai depender dos efeitos práticos das medidas, se elas serão cumpridas e mantidas”, observa. Para Rezende, os mercados de prazo mais longo já caíram bastante, o que aumenta o risco para os investidores. “O mercado sempre exagera para cima ou para baixo, depois se ajusta”, lembra. “Um papel longo corrigido pela inflação que pague mais de 6% pode ser interessante, assim como um prefixado mais curto acima de 12,5%”,diz.

Dólar se ajusta

Sobre o dólar, Rezende também acha que a moeda pode cair mais se as medidas da nova equipe surtirem efeito e o governo mostrar que vai leva-las adiante, apesar dos efeitos impopulares que possam causar num primeiro momento. Nesse caso, a moeda poderia cair até R$ 2,40 no começo do ano que vem, mas voltaria a subir, até por conta do cenário externo, fechando 2015 entre R$ 2,60 e R$ 2,70.

O mercado de juros reage também à alta da inflação registrada pelo IGP-M em novembro, para 0,98%, com forte pressão dos preços no atacado, com 1,26%.

Na BM&FBovespa, o contrato de juro DI mais curto, que vence em janeiro de 2015, projeta 11,44%, mais que os 11,43% de ontem. Já o para janeiro de 2016, que projeta a taxa para o ano que vem, indicava 2,33%, abaixo dos 12,36% de ontem. Para 2017,a projeção também recuou, para 12,12%, ante 12,13% ontem. E, para 2021, a taxa estava estável em 11,7%.

 

 

 

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