Arena Especial, Artigo

A difícil prática da diversificação e a ideia de uma central de cadastros de investidores

Muito se fala sobre os benefícios da diversificação dos investimentos, principalmente, quando o objetivo é a minimização de riscos. De fato, neste caso, teoria e prática andam juntas.

Sem dúvida, a diversificação é possível e basta pesquisar um pouco para encontrarmos inúmeras alternativas de investimentos com diferentes características, remunerações e níveis de risco. Podemos citar títulos públicos, ações, fundos de investimentos, fundos imobiliários, títulos de crédito, entre outras inúmeras opções.

No entanto, atualmente, a burocracia que envolve diferentes cadastros, questionários, cartas-senha, cartões de assinatura, cópias de documentos e comprovantes, ora autenticadas, ora simples, provoca uma certa fadiga àqueles que decidem sabiamente não depositar todos os ovos na mesma cesta.

É inegável que o que estou chamando de burocracia é algo instituído e regulamentado ao longo dos anos para a proteção das partes, ou seja, o emissor e o investidor. É bem verdade, também, que as grandes instituições possuem uma ampla grade de alternativas para seus correntistas. Mas, se a decisão de diversificar envolver o investimento em produtos de outras instituições, serão necessários tempo e paciência para os trâmites operacionais que vêm junto com a arte de maximizar a rentabilidade.

Infelizmente, muitos investidores sequer pesquisam novas alternativas ou aceitam a visita de profissionais de outras instituições por se anteciparem ao extenso ritual cadastral e perdem, assim, excelentes oportunidades no mercado.

Confesso que me parece um pouco distante, mas não inviável, a criação de uma central de cadastro unificado para investidores. Isso tornaria a diversificação possível e acessível para pequenos e grandes aplicadores pessoas físicas. Devidamente regulamentada e fiscalizada pelos órgãos competentes, a central de cadastro, com todas as informações obrigatórias sobre o investidor, sua qualificação, grau de conhecimento, entre outros dados, seria útil também a todos os agentes de distribuição de produtos de investimentos.

Enfim, aplicação de tecnologia, parcerias para declarar veracidade, controles, cumprimento das regulamentações vigentes são apenas algumas das variáveis para a criação e a viabilização do sistema de cadastro unificado ou de uma central unificada de investidores. O nome é o menos relevante. Uma pitada de desburocratização, ainda que utilizando as mesmas terminologias, certamente transformaria a diversificação em algo concreto e não teórico.

Keite Bianconi, CFP® é planejadora financeira certificada desde 2012 e integra a equipe de Distribuição do Banco Fator. Keite é administradora de empresas com MBA Executivo especializada em Marketing pelo IBMEC-SP ([email protected]). As informações refletem as opiniões do autor, e não do Arena do Pavini ou do Banco Fator. O site e o Banco Fator não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

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