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Sob pressão da Samarco, Credit Suisse reduz preço-alvo das ações da Vale para R$ 18,95

Em meio às repercussões do rompimento da barragem da Samarco, joint venture da brasileira Vale e da anglo-australiana BHP Billiton, o Credit Suisse rebaixou seu preço-alvo para as ações da Vale de R$ 21,60 (US$ 5,60) para R$ 18,95 (US$ 5).

Em relatório assinado pelos analistas Ivano Westin, Renan Criscio e Ana Zinser, o banco considera que a subsidiária está “priorizando corretamente o trabalho humanitário, social e de impacto ambiental após o trágico acidente” em Minas Gerais, o que não deve impactar a situação da controladora.

Ainda assim, o texto aponta que a lama proveniente do acidente danificou uma das correias transportadoras da Samarco que traziam minério da mina de Fábrica Nova (sistema Sudeste) para a planta de Timbopeba.

De acordo com uma avaliação preliminar fornecida pela própria Vale, o dano poderia impactar negativamente a produção de minério de ferro da companhia este ano e em 2016. O impacto previsto para o ano que vem já leva em conta o tempo necessário para corrigir a correia transportadora e o processamento do minério, parcialmente compensando uma queda ainda maior na produção. Por causa da paralisação temporária das operações da Samarco, a Vale suspendeu a produção da mina de Fazendão.

Impactos sobre a Vale

O impacto total dos problemas da Samarco sobre a Vale continua a ser determinado, dadas as discussões em curso sobre responsabilidades, penalidades e compensações, incluindo a participação final dos dois acionistas controladores, já que a Samarco é incapaz de cumprir todas as suas obrigações financeiras sozinha neste momento. Mesmo diante dessas considerações, o CS não inclui em seu cenário base de qualquer desembolso futuro de capital da Vale para a Samarco. Para os analistas, a Vale poderia aumentar suas demais operações a compensar parcialmente as perdas de produção.

Mas o banco acredita que não haverá pagamento de dividendos da Samarco para os sócios no ano que vem e no seguinte. A Vale deveria receber, nos cálculos do CS, US$ 460 milhões da Samarco em 2016 e US$ 417 milhões em 2017.

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