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Sabesp “ganha” reajuste, mas adiamento pode prejudicar, dizem analistas

A Sabesp, companhia de saneamento básico de São Paulo, informou, na última quinta-feira, que a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP) emitiu parecer sobre seu reajuste tarifário. A agência determinou um índice de 5,4408%, acima dos 4,6607% previstos em fevereiro, com aplicação a partir de 11 de maio de 2014.

Para os analistas da corretora Concórdia, a notícia é positiva para a companhia, “dado que a ARSESP vinha postergando o anúncio do reajuste há meses”. Além disso, é benéfico para a Sabesp o fato de o aumento ter vindo acima da proposta inicial.

Os papéis da empresa reagem positivamente à notícia. Por volta das 16h45, as ações ordinárias (ON, com voto) da Sabesp subiam 2,78%, chegando a R$ 21,48. O Índice Bovespa tinha queda de 0,24%, aos 51.985 pontos.

O lado B

Contudo, o analista Flávio Conde, da corretora Gradual, lembra que há um lado negativo para a Sabesp nessa concessão de reajuste. A companhia decidiu não aplicar imediatamente o índice de 5,44%, deixando para o fim do ano, dada a situação de carência de chuvas e baixo nível dos reservatórios.

Além disso, o conselho de administração da Sabesp cortou o orçamento da companhia para 2014, que era de R$ 900 milhões. A empresa reduzirá despesas e investimentos para cumprir o novo orçamento estabelecido.

Segundo Conde, “o adiamento do reajuste para no máximo dezembro pode ter sido decidido para não prejudicar o desempenho do atual governador na eleição estadual de outubro”, já que haveria impacto na inflação para os moradores do estado.

Quanto à redução de despesas e investimentos, Conde afirma que o objetivo provavelmente foi o de equilibrar o fluxo de caixa da Sabesp, “já que a receita deve cair em virtude da campanha para redução de consumo de água com descontos na conta do consumidor”.

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