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Ouro lidera ganhos em janeiro com 7,5% e Ibovespa fica na lanterna com perda de 4,5%

Pressionado pelo mercado internacional, o ouro liderou as aplicações financeiras em janeiro, com alta de 7,5%. O metal fechou cotado a R$ 109,00 o grama na BM&FBovespa. Em Nova York, o metal terminou o dia negociado a US$ 1.284,61 a onça-troy (31,104 gramas) no mercado à vista, em alta de 8,46% no mês, pressionado pela forte injeção de recursos nas economias da Europa e do Japão, que levou à queda dos juros nesses países, pela incerteza com o novo governo grego, que pode levar o país a decretar moratória e sair do euro, pela crise na Ucrânia e seus desdobramentos na economia russa, e pela queda das commodities, em especial o petróleo. O ouro é uma alternativa para momentos de falta de confiança nas moedas e nos demais ativos financeiros ou em ambientes de turbulência como guerras.

Além do ouro, janeiro foi o mês em que as taxas de juros recuaram no Brasil diante das propostas da nova equipe econômica para reduzir o déficit público e controlar a inflação. Os sinais do Banco Central (BC), de que pode subir mais os juros no curto prazo para forçar o IPCA, hoje apontando para 7% no ano, a se aproximar da meta de 4,5% a partir do ano que vem, fizeram o mercado pedir prêmios maiores para comprar papéis mais longos.

Os números fiscais de hoje e a alta do dólar, porém, fizeram as taxas longas subirem um pouco no fim desta semana, o que ainda não aparece nos dados disponíveis fornecidos pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Pelos dados projetados pela associação, com base no desempenho das cotas até dia 27, os fundos renda fixa índices, que compram NTN-B, papéis longos, com vencimento até 2050, que pagam IPCA mais juros, teriam um ganho de 1,98% brutos e 1,68% líquidos, considerando um imposto de renda de 15%, devido em aplicações acima de dois anos. Já os renda fixa tradicionais também se beneficiaram pela queda dos juros dos papéis prefixados, mais curtos.

O dólar subiu 1% no mês, acompanhando a tendência de desvalorização da moeda brasileira por conta do déficit externo e dos problemas fiscais do país, com a complacência do governo, que vê na desvalorização do real uma forma de cortar caminho para o ganho de produtividade da indústria brasileira e aumentar as exportações e reduzir as importações. A moeda fechou vendida a R$ 2,69 no mercado comercial e a R$ 2,85 no turismo, o que também deve inibir um pouco a gastança dos brasileiros em Miami.

A boa notícia é que todas as aplicações de renda fixa superaram a inflação do IGP-M, de 0,76% no mês. Menos a poupança, que ficou em 0,59% para as contas do dia 1º do mês.

A má notícia ficou novamente com a bolsa, com o Ibovespa acumulando perda de 4,49%, o segundo mês seguido de perdas, em grande parte lideradas pela Petrobras e seus problemas de corrupção apontados na Operação Lava Jato. A queda do petróleo no mercado internacional agrava ainda mais a situação da empresa.

 

 

Rentabilidades Janeiro
Aplicação Mês Ano Liq mês Liq. Ano
Ouro 7,50 7,50 7,50 7,50
Fundo RF Índice 1,98 1,98 1,68 1,68
Fundo RF 1,16 1,16 0,99 0,99
Dólar Comercial 1,01 1,01 1,01 1,01
Fundo RF Cred.Priv. 0,96 0,96 0,82 0,82
Fundo DI 0,95 0,95 0,81 0,81
Fundo C. Prazo 0,94 0,94 0,75 0,75
CDI 0,93 0,93 0,79 0,79
IGP-M 0,76 0,76 0,76 0,76
Poupança 1 0,59 0,59 0,59 0,59
Poupança 2 0,59 0,59 0,59 0,59
Ibovespa -4,49 -4,49 -4,49 -4,49

 

Fonte: BC, Anbima, FGV, Cetip, Lopes Filho, CMA, BM&FBovespa. O rendimento dos fundos foi projetado pela Anbima, com base em dados até dia 25. Poupança 1 são depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012, seguindo a nova fórmula de remuneração da caderneta. Poupança 2 são depósitos feitos antes de 4 de maio, que seguiram rendendo 0,5% ao mês mais TR. O imposto de renda descontado dos fundos e do CDI equivale a 15%, referente a aplicações com mais de 2 anos de prazo, com exceção dos fundos curto prazo, cujo desconto foi de 20% do rendimento bruto. Dólar, Ibovespa e ouro não sofreram desconto de imposto.

 

 

 

 

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