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Ibovespa tem 9ª alta seguida; ação da Oi cai mais de 20%; dólar recua para R$ 3,76

Os mercados brasileiros encerraram a véspera de fim de semana prolongado com alta na bolsa e nos juros e queda no dólar. O Índice Bovespa teve alta de 0,49%, a nona seguida, e fechou em 49.338 pontos, com R$ 7,769 bilhões negociados, acima da média diária do ano, de R$ 6,8 bilhões. Com a alta de hoje, o Ibovespa acumula ganho de 4,90% na semana e 9,50% no mês, reduzindo a perda no ano para -1,34%.

Ganho em dólar de 16% no mês

Em dólar, a recuperação é ainda maior, de 12,3% na semana e 16,4% em outubro, reduzindo a perda no ano para 30%. O motivo é a forte queda da moeda americana em relação ao real. O dólar acumula queda de 5% no mês, mas ainda sobe 41% no ano.

Estrangeiros trouxeram R$ 1,9 bi no ano

Os estrangeiros ajudam na alta do Ibovespa, com entrada líquida de R$ 1,859 bilhão no mês e R$ 19,098 bilhões no ano, segundo estimativas da BB Investimentos.

Ambev e Vale na alta

O índice foi puxado pelas ações ordinárias (ON, com voto) da Ambev, que têm o segundo maior peso   no indicador e subiram 0,56%. Petrobras também ajudou, com o papel preferencial (PN, sem voto) ganhando 0,57%, enquanto o ON caía 0,37%. Vale teve alta de 2,01% na ação PNA e de 3,64% no ON. A mineradora se beneficiou da melhora dos preços das commodities e da queda do dólar no exterior.

BB sobe 4,75% e Itaú e Bradesco caem

Já os bancos tiveram peso mais negativo. A ação PN do Itaú Unibanco, papel de maior participação no índice, teve queda de 0,67% e a do Bradesco, de 1,07%. Já Banco do Brasil ON teve alta de 4,75%. A Moody’s reforçou a expectativa negativa para os bancos brasileiros em relatório. Hoje também tanto a Serasa quando o SPC divulgaram dados indicando um aumento expressivo da inadimplência de empresas e pessoas que deve bater nos ganhos dos bancos.

Oi cai 23,30%, terceira pior queda do mercado

Entre os destaques do dia, a ação PN da operadora de telefonia Oi liderou as quedas do Ibovespa, com perda de 23,30%. Fora do índice, o papel ON caiu 19,17%. Os papéis foram a terceira e a quarta maiores quedas de todo o mercado acionário hoje. A Oi, que o governo Lula pretendia transformar na supertele brasileira, está às voltas com um elevado endividamento, o que despertou boatos de que ela se fundiria com a TIM Participações, da Telecom Itália. Para o Citibank, porém, a operação não interessaria à Telecom Itália, pois ela ficaria com 34% do capital da nova empresa e teria de fazer pesados investimentos para tornar a nova empresa competitiva com a Vivo e com a Claro.

Troca de ações PN por ON

Além disso, hoje a Oi anunciou que concluiu o processo de troca voluntária de ações preferenciais por ordinárias da empresa. Aderiram à oferta os donos de 66,84% das ações preferenciais, que receberão 0,9211 papel ordinário. As ações passarão a ser negociadas na terça-feira, dia 13 de outubro. Com isso, a liquidez dos papéis PN deve sofrer forte queda no mercado.

Rumo sobe 14%

Além de Oi, as demais maiores quedas do Ibovespa foram de Suzano Papel PNA, -4,16%, JBS ON, -3,85%, Gerdau Metalúrgia PN, 3,74% e Marfrig ON, 3,20%. As maiores altas do Índice Bovespa foram de Rumo Logística ON, com 13,80%, Gol PN, 7,06%, CSN ON, 4,76% e Pão de Açúcar PN, 4,76%. Rumo está sendo alvo de um processo de ajuste de carteiras de mercado, de investidores que alugaram e depois venderam os papéis e que agora, com a alta, estão sendo obrigados a correr comprar para devolver a ação. O movimento fez a bolsa realizar um leilão de ações da Rumo hoje, devido à forte procura e oferta pelo papel.

Maiores altas e baixas da semana

As maiores altas da semana foram lideradas por Rumo Logística ON também, com 42,70%, seguida de CSN ON, com 41,01%, Gol PN, com 20,22% e Gerdau PN, 18,55%, além de Usiminas PNA, 18,04%. A recuperação dos preços das commodities e do minério de ferro ajudou as siderúrgicas, que se beneficiaram também da queda do dólar, já que estão bastante endividades na moeda americana. A Gol se beneficiou também da queda do dólar, que reduz sua dívida.

Já as maiores quedas da semana foram de Suzano Papel PNA, com 11,10% de perda, seguida de JBS ON, com 10,82%, Smiles ON, com 9,36% e Oi PN, com 8,16%. O dólar em queda reduziu o interesse pela Suzano, enquanto a JBS, que tem elevados volumes de hedge cambial, deve sofrer com a queda da moeda.

Bolsas em alta na Europa

No exterior,   as bolsas na Europa fecharam em alta hoje, ainda repercutindo a ata do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, banco central americano) divulgada ontem, e que indicou que os juros podem subir apenas no ano que vem nos EUA. O índice regional Stoxx 50 subiu 0,79%, o Financial Times, de Londres, 0,65%, o DAX, de Frankfurt, 1,04%, o CAC, de Paris, 0,54% e o Ibex, de Madri, 1,26%.

Ganhos nos EUA

Nos Estados Unidos, os mercados seguem repercutindo a ata Fomc. O Índice Dow Jones fechou em alta de 0,20%, o Standard & Poor’s 500, de 0,07% e o Nasdaq, 0,41%. Na segunda-feira, também não haverá negócios nos EUA pelo feriado de Descobrimento da América, o Columbus Day.

Petróleo, perto de US$ 50

As commodities também subiram, especialmente as metálicas, com o cobre ganhando 3%. Já o petróleo fechou em direções contrárias. Em Nova York, o barril do tipo WTI subiu 0,40% e se aproximou ainda mais dos US$ 50, fechando a US$ 49,63. Já em Londres, o Brent caiu 0,90%, para US$ 52,57 o barril.

Juros futuros em alta  e dólar em baixa

No Brasil, o mercado futuro de juros teve forte alta,com as taxas voltando a se aproximar dos 16% ao ano, em meio aos dados de impacto do dólar na inflação do IGP-M. O contrato mais curto, com vencimento em janeiro de 2016, fechou em 14,305% ao ano, ante 14,30% ontem. Já o contrato de janeiro de 2017 subiu para 15,56%, ante 15,24% ontem. Para janeiro de 2018, a taxa mais alta da curva futura de juros, a projeção era de 15,86%, ante 15,50% ontem. Para 2021, a projeção subiu para 15,60%, ante 15,33% ontem.

Tesouro Direto suspende negócios

A subida dos juros levou o Tesouro Direto a suspender os negócios de varejo com títulos públicos na tarde de hoje. Quando o mercado voltou, depois das 18 horas, as taxas estava mais altas.Os papéis corrigidos pelo IPCA com juros no final (NTN-B Principal) pagavam 7,19% ao ano para o vencimento 2019, 7,46% para o 2024 e 7,40% para 2035. Os prefixados sem juros semestrais (LTN) ofereciam 15,93% até 2018 e 15,66% até 2021.

Dólar cai 5% no mês

No mercado de câmbio, o dólar comercial chegou a ser vendido até R$ 3,73, mas se recuperou no fim dia, para R$ 3,759, ainda assim em queda de 0,92%, segundo a CMA. A cotação é a mais baixa desde o início de setembro. A moeda americana já acumula queda de 5% no mês.  Já o dólar turismo caiu 1,49%, para R$ 3,95. A moeda americana teve queda diante das principais divisas, especialmente de países emergentes, com destaque para o real. O mercado aumentou as apostas desde a semana passada que a desaceleração da China e o emprego mais fraco nos EUA farão o Fed adiar o ajuste dos juros para o ano que vem.

Nesta sexta, segundo a Agência Brasil, o Banco Central (BC) continuou com o programa de rolagem de contratos de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro), vendendo 10.275 contratos e rolando, até agora, 35% do lote total de US$ 10,278 bilhões que vence em novembro. Nessa operação, a autoridade monetária prorroga o vencimento dos papéis em circulação, sem leiloar novos contratos. Desde o fim de setembro, o BC não vende dólares das reservas internacionais com compromisso de recompra, quando o dinheiro volta para o banco depois de algumas semana.

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