Ações, Ações na Arena

Ibovespa sobe pelo 8º dia e supera 49 mil pontos; dólar cai para R$ 3,79; juros recuam

O Índice Bovespa superou os 49 mil pontos e o dólar caiu abaixo de R$ 3,80 em mais um dia de maior apetite por risco no exterior e no Brasil. O Ibovespa fechou em alta pelo oitavo pregão seguido, puxado pelas ações da Petrobras diz Roberto Indech, analista da Rico Corretora. No mês, o índice acumula alta de 8,98%, quase zerando a perda no ano, de 1,80%. “Depois dessa alta toda, podemos ver até uma leve correção em breve, ainda mais tendo instabilidade política interna pela frente”, acredita.

Para ele, o mercado está mais otimista pois está apostando na saída da presidente Dilma Rousseff, especialmente depois das derrotas ontem no Congresso, com o adiamento da votação dos vetos, no Tribunal Superior Eleitoral e no Tribunal de Contas da União. “Mas vai ser uma questão complexa, há cada vez mais razões para o impeachment, mas não vejo isso resolvido no curto prazo”, afirma.

Estrangeiros trouxeram R$ 1,4 bi no mês 

Os estrangeiros respondem por boa parte da alta, com um saldo líquido de compras de ações  acumulado em outubro de R$ 1,463 bilhão até dia 6. No ano, o acumulado é de R$ 18,702 bilhões.

O Ibovespa fechou em alta de 0,39%, aos 49.106 pontos, o maior nível desde 10 de agosto. O volume negociado ficou em R$ 6,764 bilhões, perto da média do ano, de R$ 6,8 bilhões por dia. Petrobras ajudou na alta, com o papel preferencial (PN, sem voto) subindo 3,31% e o ordinário (ON, com voto), 3,37%, acompanhando o preço do petróleo no exterior.

Petrobras sobe 20% no mês

No mês, as ações da petroleira sobem 20,86% e 25,88%, respectivamente, também sob o impacto do barril. O petróleo WTI, negociado em Nova York, fechou em ligeira queda, de 0,05%, a US$ 47,76, depois de passar o dia em alta. Já o Brent, de Londres, subiu 3,99%, para US$ 53,38. Hoje, a alta foi atribuída à tensão no Oriente Médio entre russos e americanos pela intervenção na guerra da Síria, que preocupa os mercados pois pode afetar os países produtores de petróleo.

Vale ajudou pouco o Ibovespa, com o papel PNA da mineradora subindo 0,57% e o ON caindo 0,45%. Os bancos maiores pesos do índice, tiveram resultados mistos. O Itaú Unibanco PN subiu 0,37%, Bradesco PN, 0,08% e a unit (recibo de ações) do Santander, 0,70%. Já a ação ON do Banco do Brasil caiu 1,45%.

Maiores altas e baixas do dia

As maiores quedas do Ibovespa foram de Fibria ON, com -4,15%, Oi PN, com -4,09%, a unit da Klabin, -3,42%, Smiles ON, -3,26% e Cosan ON, -2,63%. Já as maiores altas foram de Rumo Logística ON, com 14,49%, Usiminas PNA, 8,26%, CSN ON, 6,38% e Estácio Participações ON, 5,74%. Fibria recuou depois que a J&F, dona da JBS, negou rumores que estaria interessada em comprar a fabricante de celulose.

 Europa em alta

Na Europa, as bolsas fecharam com ligeiras altas. O Índice Stoxx 50 caiu 0,04%, mas o Financial Times, de Londres,subiu 0,61%, o DAX, de Frankfurt, 0,23%, o CAC, de Paris, 0,18% e o Ibex, de Madri, 0,11%.

Ata do Fomc indica juros estáveis nos EUA

Nos Estados Unidos, a ata do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) indicou que os juros podem demorar mais para voltar a subir nos EUA diante dos riscos de desaquecimento global provocados pela China e com reflexos nas economias emergentes. Além disso, o mercado de trabalho também indica que a economia americana ainda não está com toda a força que se esperava e a inflação está longe da meta, de 2% ao ano. Para o Banco Fator, a ata não trouxe grandes novidades, mas deixou a expectativa de que os juros só subirão em 2016.

Com a perspectiva de juros baixos por mais tempo, as bolsas americanas fecharam em alta. O Índice Dow Jones subiu 0,82%, o Standard & Poor’s 500, 0,88% e o Nasdaq, 0,41%. Já os juros dos papéis de 10 anos do Tesouro americano subiram 0,04 pontos percentuais, para 2,11%.  

Juros caem com leilão de papéis prefixados

No segmento de juros, as taxas recuaram acompanhando o dólar e o sucesso do leilão de títulos do Tesouro, que vendeu R$ 5 bilhões em papéis prefixados com forte procura, indicando melhores condições de rolagem da dívida.

No mercado futuro de juros, os contratos para janeiro de 2016 fecharam em queda, projetando 14,30% ao ano, ante 14,37% ontem. Para 2017, a projeção caiu para 15,24%, ante 15,48% ontem. A estimativa até janeiro de 2018 fechou em 15,50%, ante 15,72% ontem, e para 2019, 15,52%, ante 15,67% ontem. Já o contrato para janeiro de 2021 projetava 15,33%, ante 15,49% ontem.

Dólar, de volta aos R$ 3,81

No mercado de câmbio, a moeda americana repercutiu a ata do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve, que indicou que o banco central americano está preocupado com o emprego e com a crise na China e não vê sinais de pressão na inflação, o que deve jogar o aumento dos juros básicos do país para o ano que vem.

O dólar comercial fechou em queda de 2,14%, vendido a R$ 3,794, um dos menores níveis desde o início de setembro. O dólar turismo fechou em queda de 1,95%, vendido a R$ 4,01.

  

 

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