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Ibovespa sobe 1,20% com cenário externo e dólar cai para R$ 3,90

Os mercados tiveram mais um dia de euforia no exterior com a expectativa de mais incentivos monetários na Europa e juros baixos nos EUA puxando os preços das matérias-primas e os ativos e moedas de países emergentes. No Brasil, o dólar comercial recuou para R$ 3,90, um dos menores níveis em quase um mês, enquanto o Índice Bovespa chegou a superar os 48 mil pontos. Apenas os juros destoaram da melhora do cenário, voltando a subir no mercado futuro da BM&FBovespa.

Volume baixo, bolsa em alta

No mercado acionário, o Ibovespa encerrou o dia em alta de 1,20%, aos 47.598 pontos, depois de atingir a máxima de 48.081 pontos. Mas o volume foi baixo, R$ 5,715 bilhões, para uma média no ano de R$ 6,8 bilhões por dia. Com a alta de hoje, o Ibovespa já acumula no mês alta de 5,63%, impulsionado pelo cenário internacional e, em menor parte, pela reforma ministerial que ajudou a reduzir a crise política no curto prazo.

A alta foi puxada por papéis de bancos, com os preferenciais (PN, sem voto) do Itaú Unibanco ganhando 2,11% e os do Bradesco, 2,93%. As ações ordinárias do Banco do Brasil subiram 1,51%. As units (recibo de ações) do Santander subiram 2,83%.

Ambev ON, papel com o segundo maior peso no índice, só atrás do Itaú, subiu 1,45% e também ajudou na alta do índice. Vale e Petrobras também colaboraram. Os papéis da mineradora subiram 1,59% o PNA e 1,80% o ON. Já os da estatal do petróleo ganharam 0,64% o PN e 2,73% o ON acompanhando a alta do barril no exterior (ver abaixo).

Siderúrgicas lideram altas

As maiores altas do Ibovespa foram de Oi PN, com 10,88%, CSN ON, 8,20%, Pão de Açúcar PN, 5,44%, Gerdau PN, 5,30% e Usiminas PNA, 4,43%. Os papéis das siderúrgicas, que são também exportadoras de minério de ferro, com exceção da Gerdau, foram beneficiados pela melhora das commodities no exterior.

Smiles lidera quedas

Já as maiores quedas do índice foram de Smiles ON, com -6,11%, RaiaDrogasil ON, -3,15%, Energias do Brasil ON, -2,67%, BM&FBovespa ON, -1,95% e BR Properties ON, -1,85%.

Dados ruins, bolsa para cima

Boa parte da animação do mercado brasileiro veio do exterior, como na quinta e sexta-feira da semana passada, após a divulgação de dados mais fracos de emprego nos Estados Unidos, o que aumentou as apostas de que o Federal Reserve não vai subir os juros este ano. Os dados foram reforçados hoje com indicadores mostrando que o setor de serviços americano desacelerou em setembro em relação aos maiores níveis da década registrados em julho e agosto.

O Instituto de Gerentes de Suprimento (ISM, na sigla em inglês) mostrou que o setor de serviços no país parou de crescer em setembro. O ISM recuo de 59 para 56,9, para uma expectativa de queda para 57,5, segundo a Bloomberg. Os números de julho e agosto haviam sido os melhores do indicador desde 2005. A retração dos serviços mostra que houve impacto da turbulência chinesa sobre a economia americana no mês passado.

Também hoje, dados ruins da Europa criaram a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) deve ampliar os incentivos para recuperar as economias. Hoje, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) para manufatura e serviços do euro caiu de 54,3% em agosto para 53,6% em setembro, segundo o instituto Markit. A previsão era de uma queda menor, para 53,9%.

Europa, alta de mais de 3%

O Índice Stoxx 50, que reúne os 50 principais papéis da Europa, fechou em alta de 3,31%. Já o Financial Times, de Londres, subiu 2,76%, o DAX, de Frankfurt, 2,74% e o CAC, de Paris, 3,54%. O Ibex, de Madri, ganhou 3,83%.

Petróleo sobe

As commodities também subiram, com a expectativa de juros nos EUA mais baixos e dólar mais fraco. O petróleo WIT negociado em Nova York fechou em alta de 1,58%, a US$ 46,26 o barril. O Brent, de Londres, subiu 2,31%, para US$ 49,24. O cobre, outro indicador de commodities metálicas, subiu 1,92%. Com isso, o Índice Bloomberg de commodities atingiu hoje o maior nível desde 17 de setembro. As expectativas do mercado americano de que o Fed vai aumentar os juros neste mês estão em 10% apenas. O juro do papel de 10 anos do Tesouro dos EUA se recuperou um pouco hoje, para 2,06% ao ano, 0,06 ponto acima de sexta-feira. Mesmo assim a moeda americana caiu em relação às de países emergentes.

Dólar fraco ajuda exportadores americanos

Nos Estados Unidos, a fraqueza do dólar beneficiou empresas exportadoras, com a General Eletric e Caterpillar, enquanto as commodities ajudaram as empresas de petróleo e matérias básicas. O Índice Dow Jones terminou o dia em alta de 1,85% e o Standard & Poor’s 500, de 1,83%. O Nasda ganhou 1,56%.

Juros futuros em alta na BM&FBovespa e dólar cai

Nos mercados futuros, das taxas projetadas pelos contratos de DI subiram, acompanhando as projeções de inflação mais alta neste ano do Boletim Focus. O contrato que vence em janeiro de 2016 fechou projetando 14,52% ao ano, ante 14,43% de sexta-feira. O que vai até janeiro de 2017 encerrou o dia projetando 15,47%, ante 15,42% no fim da semana passada. Para 2018, a estimativa ficou em 15,60%, ante 15,51%¨na sexta. E, para 2021, a projeção ficou em 15,35% ao ano, ante 15,19% no fechamento anterior.

Já no mercado de dólar, o dia foi de maior calma, com a moeda americana recuando 1,11%, para R$ 3,902 para venda no mercado comercial, segundo dados da CMA. No mercado turismo, a moeda americana fechou em queda de 1,19%, para R$ 4,12 na venda.

 

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