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Balanços agitam mercado e Ibovespa fecha em queda; Vale perde 5%

No dia em que diversas companhias publicaram seus balanços trimestrais, o Índice Bovespa marcou queda de 0,69%, para 49.897 pontos. O volume financeiro do pregão somou R$ 5,7 bilhões, bem inferior à média do ano de R$ 6,8 bilhões. O Ibovespa foi puxado pelas fortes baixas dos papéis ordinários (ON, com voto) e preferenciais da série A (PNA, sem voto) da Vale, que perderam 4,90% e 4,63%, respectivamente, mesmo depois da mineradora divulgar lucro líquido de R$ 5,144 bilhões no segundo trimestre, uma alta de 61,4% ante 2014.

As piores baixas do Ibovespa ficaram com Estácio ON, 6,50%, Embraer ON, 5,46%, Gerdau Metalúrgica PN, 5,36%, e Bradespar PN, 4,99%. A fabricante de aviões Embraer mostrou hoje lucro líquido no segundo trimestre de R$ 399,6 milhões, um aumento de 24,9% na comparação com o ano anterior. Já Bradespar perdeu com a desvalorização da Vale, na qual é uma das principais acionistas. Também com forte peso no índice, Petrobras ON recuou 2,37% e seus papéis PN perderam 2,33%.

Na contramão, as maiores altas do principal indicador de ações brasileiro foram lideradas por JBS ON, 6,64%, Rumo Logística ON, 5,49%, Cesp PNB, 4,48%, e Marfrig ON, 4,05%. As companhias exportadoras JBS e Marfrig se beneficiaram da alta do dólar frente ao real.

Bancos

Depois de publicar balanço do segundo trimestre com lucro de R$ 4,47 bilhões, o terceiro maior da história entre os bancos brasileiros de capital aberto no período, Bradesco PN perdeu 1,99%, assim como Itaú Unibanco PN, 1,24%, Banco do Brasil ON, 1,73%, e as units (recibo de ações) do Santander, 2,42%. Em relatório, a agência de classificação risco Standard & Poor’s apontou que apesar do cenário negativo, os grandes bancos da América Latina permanecerão “resilientes” pelos próximos dois anos, enquanto os bancos de pequeno e médio porte devem ter seus ratings rebaixados em alguns países.

No Brasil 

Hoje, os investidores brasileiros repercutiram a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), de aumentar a taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Além disso, o saldo das operações de crédito no país alcançou R$ 3,102 trilhões em junho, um crescimento de 0,6% no mês e de 9,8% em 12 meses. Já os juros para pessoa física por empréstimos em bancos no mês de junho bateu 58,6% ao ano. Trata-se da maior taxa da série histórica do BC, iniciada em março de 2011. No fim do dia, o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – informou que acumula déficit primário de R$ 1,598 bilhão no primeiro semestre deste ano, o pior resultado desde 1997.

Europa avança; petróleo tem novo dia de baixa

Os principais índices de ações europeus fecharam com leve alta depois que o indicador de confiança na economia da região passou de 103,5 para 104,0 pontos em julho, seu maior nível desde o mesmo período de 2011. A confiança piorou de -5,6 para -7,1 entre os consumidores e avançou de 7,9 para 8,9 no setor de serviços. Na indústria, as avaliações melhoraram de -3,4 para -2,9. O Stoxx 50, dos 50 papéis europeus mais líquidos, ganhou 0,23%. O britânico Financial Times teve alta de 0,57%, seguido pelo francês CAC, 0,58%, e pelo alemão DAX, 0,40%.

Novamente, o barril do petróleo WTI, negociado em Nova York, marcou desvalorização, com queda de 0,55%, para US$ 48,52, acompanhado pelo tipo Brent, de Londres, que caiu 0,02%, para US$ 53,37. Na China, o Índice da Bolsa de Xangai também teve um novo recuo, dessa vez de 2,20%.

Nos Estados Unidos, os pedidos de auxílio desemprego diminuíram de 281 mil para 255 mil na semana até 18 de julho. O patamar é o mais baixo desde 1973, ainda que influenciado por alguns efeitos sazonais. O governo também divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país no segundo trimestre cresceu 2,3%. O Dow Jones e o S&P 500 ficaram praticamente estáveis, enquanto o índice da Nasdaq ganhou 0,33%.

Juros caem e dólar fecha em R$ 3,38

No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, após a decisão de alta da Selic, as taxas dos contratos com vencimento em janeiro de 2016 passaram de 14,31% ao ano para 14,18%. Para 2017, as projeções caíram de 13,87% para 13,47%. Por fim, 2021 registrou taxa de 12,78%, contra projeção anterior de 13,04%. O dólar comercial subiu 1,44%, para R$ 3,38 na venda, assim como o dólar turismo, que teve valorização de 1,40%, sendo vendido por R$ 3,60.

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